João Guimarães Rosa, no livro "Grande Sertão Veredas)
Reflexão
de Natal para EDUCADORES
Luis Moura
Chegou
para nós um tempo muito esperado; para educadores, porque as atividades
escolares já sinalizam um fim de semestre muito desejado; agora longe da
academia, refazemos as forças, as ideias e renovamos propostas; a isso chamamos
de tempo propício. Oh! Bem-aventurado tempo propício! Para educadores cristãos,
o tempo é de Natal: ‘um menino nasceu e o mundo tornou a começar’. Natal é
festa de aniversário de alguém muito especial. Festa de aniversário é universal;
todos fazem no tamanho de suas possibilidades, mas fazem. No Brasil ainda
existem pessoas (minha prima por exemplo) que não sabem o dia em que nasceu,
quantos anos têm e por isso não celebram seu aniversário natalício; mas sabem
que no dia 25 de dezembro se comemora o nascimento de um Deus que se faz
pessoa; se faz gente como a gente e assume a condição de ‘carne viva e
sofredora’. Quando a festa é grande e importante, tem tempo de preparação;
conhecemos uma expressão que se parece mais com um ditado que diz: o melhor da
festa é esperar por ela. Assim, a quaresma é o tempo de espera e preparação
para a grande festa da Páscoa e o Advento é o tempo destinado aos cristãos de
se prepararem bem para a festa da chegada de Deus em forma de uma criança entre
nós. “Menino Deus (...) por um momento haverá mais futuro do que jamais houve;
dando sentido aos mundos, aos corações sentimentos profundos de terna alegria,
no dia do Menino Deus” (Menino Deus – Caetano Veloso). A preparação da festa do
menino Deus começa um mês antes de sua celebração oficial mas o comércio, muito
vivo, dá início logo após o dia das crianças em outubro; o foco não é a criança
divina mas o dinheiro; de importante fica a seta que aponta para a festa que
vai chegar. Maria, a mãe do menino, era pobre mas o povo a enfeitou feito uma
rainha. Quem não gosta de ver sua mãe toda bela? Assim também o menino que
nasce, é muito pobre mas a comemoração de seu aniversário é rodeado de luzes,
cores e enfeites diversos; é que a criança aniversariante é mais que um simples
de nós; é Deus mesmo que arma sua tenda entre nós. Natal não é uma festa que
aconteceu no passado e que a gente tem saudade. Natal é todo dia. Todo
nascimento ou todo natal é sempre explosão de vida nova. Celebrar o Natal é
sempre um convite à renovação. Natal é uma festa revolucionária porque nos
incentiva à mobilização, vida nova, transformação e mudança de mentalidade;
como diz Caetano: ‘haverá mais futuro do que jamais houve’. A sociedade não
quer mudança; prefere assegurar seus privilégios por isso prefere papai Noel; o
projeto de Jesus é exigente. Ficam esses questionamentos: em que, em nossas
atividades de educadores, há necessidade de mudança de mentalidade e vida nova?
Como, a partir do Natal ser um novo educador em uma instituição que se renova?
Luiz
Moura – Comissão de Pastoral da educação da Arquidiocese de Olinda e Recife
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