Leonardo Boff
Contradizendo vários de meus colegas de que não se
deve agora condenar Bolsonro,apenas desgast-lo, pondo à luz seus crimes e só no
fim puni-lo pensamente com a prisão, eventualmente levá-lo ao Tribunal Penal de
Haia e deixá-lo por lá mesmo,como foi feito com muitos condenados por crimes
contra a humanidade. Bolsonaro não fica muito aquém de Hitle e de Pinochet e de
outros fascínoras. O Brasil não pode deixar nornalizar sua situação e deixá-lo
vagando por aí até encontrar um país, com mentalida dele onde possa se
esconder. Sou decidicamente pela extradição e julgamento imediato desse
criminoso de milhares de pessoas, beirando o genocídio ou sendo de fato um
genocida.
Publicamos este texto corajoso de Hildegard Angel
que viveu na própria família o horror da repressão e do assassinato de seu
irmão Stuart Angel Jones. Lboff
Hildegard Angel, Jornalista,
ex-atriz, filha da estilista Zuzu Angel e irmã do militante político Stuart
Angel Jones
“Sua prisão não provocará comoção alguma. Ela fará vermes, ratos e
lagartos retornarem aos grotões lamacentos de onde emergiram”, diz a colunista
A cada dia mais me escandalizo com a insistência da imprensa brasileira
em normalizar uma figura política monstruosa, incompetente e irresponsável como
Bolsonaro, enquanto a mídia estrangeira se mantém horrorizada com ele.
Vejo analistas e comentaristas políticos se referirem ao governo passado
como se este tivesse sido algo regular, e não uma evidente anomalia, um governo
disfuncional, um período distópico da vida brasileira.
Todo surto de esquizofrenia necessita tratamento até ser retomada a
sanidade. Com o estado brasileiro não será diferente. Não se salta do caos
absoluto para o corriqueiro, num piscar de olhos. Há que se providenciar a
recuperação até a cura.
Para o Brasil retomar a normalidade suas instituições devem dar o melhor
exemplo, a partir da imprescindível responsabilização criminal de Bolsonaro e
seus comparsas. Essa alegação de que ele “vai virar mártir” não cabe para quem
é um vilão assumido e convicto, vide “Argentina 1985”, em que a condenação dos
arrogantes malfeitores
“Os efeitos da malignidade de Bolsonaro se espraiaram
pela nação brasileira em todos os campos. Bolsonaro estuprou o Brasil, com
violência e torpeza. Das florestas à economia, da dignidade ao conhecimento, da
saúde à compostura, à inocência, nada foi poupado em sua ação predatória.
De tal forma que as feridas deixadas por ele na vida brasileira
dificilmente cicatrizarão. O trauma será longo, se não for perpétua.
Bolsonaro precisa ser responsabilizado, sim, levado aos tribunais,
locais e internacionais, julgado e condenado. Precisa ser preso, sim, porque
ele fez por onde. Caso isso não ocorra, será uma desmoralização para a Justiça
brasileira, terá sido o crime perfeito, abrindo caminho para outros projetos de
destruição de nosso estado.
Os que não se deram conta disso, que se mirem no exemplo do próprio
Bolsonaro, que se mantém a cuidadosa distância do Brasil, à espera de a poeira
baixar.
Sua prisão não provocará comoção alguma, ao contrário do que alguns
receiam. Será uma ação disciplinadora, educativa até. Ela fará vermes, ratos e
lagartos retornarem aos grotões lamacentos de onde emergiram – e que jamais
deles retornem – confirmando a covardia de suas práticas”
Leonardo Boff, teólogo e filósofo escreveu Homem anjo bom ou satã, Record 2008.
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