Ele, porém,
respondeu: “Eu vos digo: se eles se calarem, as pedras gritarão” Lc 19, 40
Estamos vivendo
tempos difíceis no Brasil. Males que pretendíamos ter deixado para traz voltam
a nos atormentar e fazem sofrer o nosso povo. Pobreza absoluta, miséria e fome,
desemprego e subemprego, mortalidade infantil, restrição e piora dos serviços
públicos de educação e saúde, aumento da violência urbana e rural são algumas
das pragas que sonhávamos estarem acabando. Tempos moldados pelos interesses do
capital financeiro e seus principais aliados, que se utilizam dos grandes meios
de comunicação e tentam exercer uma hegemonia ideológica sobre o conjunto da
sociedade. Em 2016 aconteceu um Golpe de Estado no Brasil. Votou-se o
“impeachment” da presidenta Dilma, por argumentos hoje reconhecidos como
falaciosos.
Após isso, implantou-se um governo sem legitimidade alguma que tem implementado um programa econômico autocrático, que destrói as políticas sociais e retira direitos, servindo a uma agenda neoliberal, seguindo plenamente os ditames do Capital, na contramão do projeto aprovado pela população nas eleições majoritárias de 2014. Esse “governo” diminuiu substancialmente a participação da Petrobras no Présal, vinculou os preços dos combustíveis ao mercado internacional, cortou o gasto público em despesas sociais por duas décadas, aprovou a terceirização da mão de obra em atividades fim, fez uma Reforma Trabalhista à imagem e semelhança dos interesses patronais, diminuiu drasticamente o número dos beneficiários do Bolsa Família, reduziu as verbas para saúde e educação, desmontou a fiscalização do combate ao trabalho escravo, estancou a demarcação de terras indígenas e quilombolas, aniquilou a Reforma Agrária em nosso país e busca liberar a compra-venda de terras para o mercado internacional, inclusive de terras de fronteiras.
Após isso, implantou-se um governo sem legitimidade alguma que tem implementado um programa econômico autocrático, que destrói as políticas sociais e retira direitos, servindo a uma agenda neoliberal, seguindo plenamente os ditames do Capital, na contramão do projeto aprovado pela população nas eleições majoritárias de 2014. Esse “governo” diminuiu substancialmente a participação da Petrobras no Présal, vinculou os preços dos combustíveis ao mercado internacional, cortou o gasto público em despesas sociais por duas décadas, aprovou a terceirização da mão de obra em atividades fim, fez uma Reforma Trabalhista à imagem e semelhança dos interesses patronais, diminuiu drasticamente o número dos beneficiários do Bolsa Família, reduziu as verbas para saúde e educação, desmontou a fiscalização do combate ao trabalho escravo, estancou a demarcação de terras indígenas e quilombolas, aniquilou a Reforma Agrária em nosso país e busca liberar a compra-venda de terras para o mercado internacional, inclusive de terras de fronteiras.
Desde 2016, o
orçamento federal sofre cortes substanciais em políticas sociais: universidades
e institutos federais deixados à míngua; hospitais universitários e institutos
de pesquisas sendo desmontados; redução orçamentária da CAPES, impedindo a
formação continuada de professores; a agricultura familiar abandonada, a indústria nacional,
especialmente a construção civil, naval e a do petróleo, jogada ao ocaso.
Os resultados desse
horror logo repercutiram para as maiorias sociais. Houve um grande aumento do
desemprego, precarização do trabalho e a renda média das famílias dos
trabalhadores caiu, deixando milhões ao desalento.
Em meio a essa barbárie social, Itaú-Unibanco,
Bradesco e Santander tiveram em 2017, lucro líquido de R$ 53,9 bilhões1. Valor
concentrado, fundamentalmente, por quatro famílias, livre de qualquer imposto
ou contribuição social. Ou seja, quase duas vezes o valor do Bolsa-família para
todo ano de 2018 que atenderia a 39 milhões de famílias beneficiárias.
Além disso, está em curso no Brasil um
processo agressivo de transferência de renda do Estado para setores
privilegiados, por meio de isenção de impostos, do perdão de dívidas e do
sistema da dívida pública. O insaciável
mercado mostra uma voracidade infinita ditando reformas que aumentarão ainda
mais os seus escandalosos lucros, sem se importar com a escalada de sofrimento
humano.
A ênfase que se dá ao combate à corrupção
dissocia-se do enfrentamento às gritantes desigualdades sociais. Floresce um
discurso que instrumentaliza esta luta contra a corrupção, que se tornou
mecanismo para subverter a agenda pública nacional da Constituição de 1988,
cujos os objetivos fundamentais são: construir uma sociedade livre, justa e
solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Nesse quadro, os donos do poder fazem
verdadeiros malabarismos jurídicos e políticos com a intenção de perdurar no
tempo o atual modelo: judicialização da política e politização da justiça com
notória seletividade e perseguição. O autoritarismo e a parcialidade do nosso
sistema judicial aviltam o Estado democrático de direito.
Exemplo disso é a
substituição da vontade popular por um processo casuístico que prendeu o
ex-presidente Lula e tenta inviabilizar sua candidatura à Presidência da República.
As eleições de 2018 serão uma das mais
decisivas da história brasileira, pois nelas se enfrentarão projetos de país e
sociedade, representados por partidos e candidaturas aos Executivos e aos
Legislativos. Por um lado estarão aqueles identificados com o atual governo
tentando se legitimar, por outro, aqueles genuinamente portadores dos anseios
mais profundos do povo brasileiro na sua incansável saga por soberania e
direitos universalizados.
Nessas eleições outro grande desafio para as
forças da resistência democrática e popular é enfrentar candidaturas com forte
conteúdo neofascista.
Neste momento dramático, em que estão em risco
o presente e o futuro de nossa nação, não podemos “lavar as mãos”, nos omitir,
nem buscar refúgio na neutralidade. O momento exige solidariedade com os
empobrecidos, oprimidos e marginalizados.
Para tanto, propomos construir um programa que
seja uma referência e orientação para nossa gente nas eleições e que possa
movimentar a espiral de cidadania e do bem comum.
Entre esses pontos, as entidades signatárias
propõem:
1. Revogação das mudanças aprovadas na CLT que retiram direitos trabalhistas.
2. Reversão das privatizações executadas e fortalecimentos das empresas públicas.
3. Revogação da Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos sociais por 20 anos.
4. Realização de uma Auditoria Cidadã da Dívida Pública, que consome aproximadamente metade de todo o orçamento público brasileiro.
5. Realização de Reforma Tributária que combata a desigualdade, taxando as grandes fortunas, as grandes heranças, os dividendos de grandes empresas e do sistema financeiro. Reversão das isenções fiscais e do perdão de dívidas e cobrança dos impostos devidos por grandes empresas.
6. Retomada dos programas sociais nos moldes anteriores a 2016, reforçando-os e universalizando-os.
1. Revogação das mudanças aprovadas na CLT que retiram direitos trabalhistas.
2. Reversão das privatizações executadas e fortalecimentos das empresas públicas.
3. Revogação da Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos sociais por 20 anos.
4. Realização de uma Auditoria Cidadã da Dívida Pública, que consome aproximadamente metade de todo o orçamento público brasileiro.
5. Realização de Reforma Tributária que combata a desigualdade, taxando as grandes fortunas, as grandes heranças, os dividendos de grandes empresas e do sistema financeiro. Reversão das isenções fiscais e do perdão de dívidas e cobrança dos impostos devidos por grandes empresas.
6. Retomada dos programas sociais nos moldes anteriores a 2016, reforçando-os e universalizando-os.
7. Denúncia da
partidarização e seletividade do judiciário. 8. Respeito à presunção da
inocência e a Constituição que garante que a prisão somente deve ocorrer quando
todos os recursos e instâncias tenham se esgotado. 9. Mobilizar a sociedade
para uma ampla Reforma do Estado, que estimule mecanismos de participação
direta, promova a democratização e a pluralidade dos meios de comunicação e garanta o pleno respeito aos direitos
humanos. 10. Implementação do direito a demarcação das terras indígenas e
quilombolas e realização de uma reforma agrária ampla e popular, com incentivos
à produção agroecológica e agroflorestal e à comercialização de alimentos
saudáveis para toda a população brasileira.
Assinam:
Cáritas Brasileira
Comissão Brasileira
Justiça e Paz
Comissão Pastoral da
Terra
Conferência dos
Religiosos do Brasil
Conselho Indigenista
Missionário
Conselho Nacional do
Laicato do Brasil
Conselho Pastoral dos
Pescadores
Fórum de Mudanças
Climáticas e Justiça
Social Observatório
Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida
Pastoral
Afro-Brasileira
Pastoral
Carcerária
Pastoral Nacional do
Povo de Rua
Pastoral Operária
Serviço
Pastoral do
Migrante
1 Fonte:
https://www.valor.com.br/financas/5341329/lucro-de-grandes-bancos-cresce-21
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