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quarta-feira, 4 de março de 2020

A POESIA DE DEUS



por Kinno Cerqueira [1]


O Evangelho segundo João inicia-se com um belíssimo poema ao Deus-Palavra (1,1-18). Ao caminharmos por entre suas estrofes, salta aos nossos olhos este lindo verso:

E a Palavra se fez carne...
(Jo 1,14a)

A Palavra, que neste poema é identificada com Jesus, faz-se “carne” (greg. sarx), quer dizer, torna-se como nós e habita conosco, deixando-se ser ouvida, tocada, como também se pondo a ouvir-nos, tocar-nos e sentir-nos.

Dizer que “a Palavra se fez carne” é afirmar que “a Palavra se fez poesia”. No interior da sequidão de nossas vidas, apareceu-nos a poesia de Deus: Jesus, do qual se pode dizer: seus gestos foram versos de ternura; seu olhar, soneto de paixão; sua vida, extravagante poema de amor.

Jesus é a Poesia de Deus que espera por ser lida, sentida e experimentada por nós. Mais que isso, deseja inspirar-nos a que nós, igualmente, tornemo-nos versos de esperança, sonetos de compaixão, poemas de amor. E a razão para isso é clara: somente a poesia salvará o mundo.





[1] Kinno Cerqueira é pastor batista, biblista e assessor do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos) na área de estudos bíblicos.













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