Os matusquelas

                                                                                                                             Prof. Martinho Condini

 

Quando me dou conta do que ocorreu e vem ocorrendo neste país desde a posse desse repugnante presidente e o seu desgoverno, acredito que estou tendo um pesadelo horripilante, daqueles de babar na fronha, mas para a minha tristeza e angustia, todo esse retrocesso e descalabro são a nua e crua realidade.

Pelo puro descaso do repugnante presidente da república, passamos de 600.000 mortos pela covid-19. Em plena pandemia o ministério da saúde desse desgoverno tornou-se balcão de negócios na comercialização de vacinas. No estado do Amazonas, milhares de pessoas morreram por falta de respiradores e por estarem sendo tratadas com remédios ineficazes contra a convid-19. Enquanto isso o repugnante presidente imitava pessoas morrendo de falta de ar na TV.

Diante de todo esse horror, o repugnante presidente fez o possível para postergar a chegada das vacinas ao Brasil. O negacionismo, a falta de comando e comprometimento desse desgoverno em tão séria pandemia me parecia cena de filme de ficção da pior qualidade. Triste engano, era fato verdadeiro ao vivo e a cores.

Em apenas um dia morreram 2.869 seres humanos.  O repugnante presidente afirmou na época que um dia todo mundo irá morrer e que ele não poderia fazer nada.

E para o meu espanto, apesar dessa infeliz declaração do repugnante presidente, ele continuou a receber apoio de  matusquelas (um termo muito familiar aos cariocas e que era muito utilizado pelo saudoso jornalista Ricardo Boechat).

 Todas essas pataquadas do repugnante presidente e o seu desgoverno durante a pandemia possibilitou ao congresso nacional instaurar a CPI da Covid, que no momento certo obterá os resultados esperados. Agora fiquemos apenas com o relatório final.

Não posso deixar de registrar o fatídico 7 de setembro, quando o repugnante presidente e sua horda de matusquelas ameaçaram o país de maneira cômica com a tentativa de um golpe de estado ( que me fez lembrar os episódios da série “Os três patetas”).

Outra área que o repugnante presidente vem atuando de maneira catastrófica, para não dizer outra coisa, é no meio ambiente. É no mínimo lamentável o que vem ocorrendo neste país no que se diz respeito ao meio ambiente. Todos os índices ambientais de clima pioraram, segundo o observatório do clima: as emissões de gases do efeito estufa, desmatamento da Amazônia, os incêndios e as invasões de terras públicas. No desgoverno desse repugnante presidente, registrou-se recorde de desmatamento da Amazônia, aumento dos garimpos em áreas de preservação, desmonte de órgãos fiscalizadores dos crimes ambientais, perseguição aos seus servidores e recorde de indígenas assassinados em terras brasileiras em 2020. E os matusquelas continuam apoiando o repugnante presidente.

A fome, que estava erradicada no Brasil, voltou de maneira avassaladora, o índice inflacionário dos últimos 12 meses é de mais de 10%, com tendência de piora. Os aumentos ocorrem a olhos vistos: encarecimento dos combustíveis, gás, energia elétrica, gêneros alimentícios, remédios e outros produtos. E os matusquelas continuam a dar apoio ao repugnante presidente.

Mas, uma das coisas que mais me incomoda, além de tudo o que mencionei em relação ao repugnante presidente e o seu desgoverno, é saber que seres humanos, se é que posso denominá-los assim, elegeram e apoiam esse repugnante presidente.

Há uma máxima que diz “o princípio determina tudo”.  Esse desqualificado e repugnante presidente, ainda deputado federal e candidato a presidência, afirmou que apoiava a ditadura militar e a tortura. E que o coronel Carlos Brilhante Ustra (um dos maiores torturadores do regime militar) era e ainda é um dos seus ídolos. Não há algo mais horrendo do que a tortura, muito menos a existência de pessoas que confiam e elegem quem a defende.

 Por isso, tenho asco desses matusquelas abjetos que apóiam esse pateta presidente que segue como chacota mundial, que desmoraliza a imagem do nosso país internacionalmente e nacionalmente esfacelou o povo brasileiro. O meu alento é que o fim desse desgoverno tem data para acabar e estaremos prontos para reconstruir o nosso país.  

 O Prof. Martinho Condini é historiador, mestre em Ciências da Religião e doutor em Educação. Pesquisador da vida e obra de Dom Helder Camara e Paulo Freire. Publicou pela Paulus Editora os livros 'Dom Helder Camara um modelo de esperança', 'Helder Camara, um nordestino cidadão do mundo', 'Fundamentos para uma Educação Libertadora: Dom Helder Camara e Paulo Freire' e o DVD ' Educar como Prática da Liberdade: Dom Helder Camara e Paulo Freire. Pela Pablo Editorial publicou o livro 'Monsenhor Helder Camara um ejemplo de esperanza'. Contato profcondini@gmail.com