Marcelo Barros
Este é o tema que a ONU
escolheu para a comemoração do dia mundial da mulher neste ano de 2022. Esta
data, promovida pela ONU (Organização das Nações Unidas), celebra as conquistas
sociais, econômicas, culturais e políticas que as mulheres realizam no mundo e
reforça a luta das mulheres pelo reconhecimento de sua dignidade, igualdade de
direitos e protagonismo na construção de um mundo de iguais.
O tema deste ano sublinha
que a causa da igualdade de gêneros é fundamental para toda humanidade e não só
para as mulheres e tem profunda relação com a sustentabilidade do planeta. Só
no respeito à diversidade de gêneros e no caminho da igualdade será possível a
sustentabilidade da vida no planeta. Infelizmente, neste ano, celebramos esta
data em meio às notícias da guerra na Ucrânia que revela as ambições do
imperialismo dos Estados Unidos e o seu projeto de colocar mísseis nucleares na
fronteira da Rússia, assim como também mostra os sonhos de hegemonia mundial da
Rússia e da China. Em uma guerra como essa, as principais vítimas são sempre as
populações mais pobres e entre elas, as mulheres e as crianças.
Infelizmente, no Brasil,
na comemoração do 08 de março, precisamos nos dar conta de que, diariamente,
aumentam as várias formas de violência contra a mulher. Muitas mulheres têm
sofrido agressões dentro da própria casa, muitas vezes por parte dos
companheiros. Ainda é comum o estupro e pior ainda o feminicídio, assassinato
de mulheres, pelo fato de serem mulheres. Além disso, a violência contra a
mulher também toma caráter coletivo no tráfico de mulheres para a prostituição
forçada que existe em todos os continentes e em certas políticas que insistem
na discriminação da mulher.
Devemos todos, homens e
mulheres, valorizar e celebrar de todas as formas que pudermos o dia
internacional da mulher, para que este possa se estender por todos os dias do
ano como tempo de integração de gêneros e o mundo se torne espaço de comunhão
no qual mulheres e homens possam viver a complementação de iguais.
Para quem cultiva a espiritualidade,
seja em qual for a tradição religiosa ou fora das religiões, o Amor se
manifesta como energia fecunda de vida. Os povos indígenas a veneram como
Pachamama, mãe Terra. As tradições afrodescendentes a honram nas grandes Mães
da vida, como Iemanjá, Nanã, Obá, Euá,
Oxum e Iansã. A tradição bíblica revela
que a divina Ruah, ventania, que os textos traduzem como Espírito Santo, se
revela na força própria da mulher e no encanto do feminino em nossas vidas. Na
carta aos gálatas, Paulo afirma: “Homens ou mulheres, somos todos um só no
Cristo, Jesus nosso Senhor” (Cf. Gl 3, 28).
Marcelo Barros, monge
beneditino e escritor, autor de 57 livros dos quais o mais recente é
"Teologias da Libertação para os nossos dias", Ed. Vozes, 2019. Email: irmarcelobarros@uol.com.b
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