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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

SETENTA ANOS DE MUITA LUTA



Há setenta anos, em 25 de agosto, nascia mais um mineiro, em uma família unida, alegre e cheia de amor. Entretanto, aquele menininho, ao crescer, não seria apenas mais um mineiro e sim, um cidadão, na totalidade do significado desta palavra, consciente de seus deveres, mas também de seus direitos. Seus e do povo brasileiro. Direitos pelos quais vem lutado desde que mal saiu da adolescência, pelos quais foi preso pela ditadura militar durante quatro anos e, pelos quais, tem, a cada dia, a certeza de que nada foi em vão.


Chega ao setenta anos preservando a juventude dentro de si, se renovando sempre, reinventando a vida, levando esperança por esse mundão afora.

Depois de estudar jornalismo, antropologia, filosofia e teologia e ser frade dominicano, encontrou na mistura das letras e palavras, um grande dom e um grande prazer.  São quase tantos livros escritos, quando a sua nova idade: 60, com 58 já publicados e dois no prelo, saindo até o final do ano. Tem livros traduzidos em 24 idiomas e 35 países. Sem contar com a imensidão de artigos publicados, inclusive neste blog. Artigos, muitos deles, verdadeiras poesias, disfarçadas de crônicas ou simples textos.

Os gêneros que escreve? São muitos: memórias, como Batismo de sangue e Diário de Fernando que virou filme sob a direção de Helvécio Ratton; meia dúzia de infantis; biografias, como Um homem chamado Jesus pastoral, como Fome de Deus livros em coautoria, como Conversa sobre a fé e a ciência em parceria com o físico Marcelo Gleiser; e romances, como o policial Hotel Brasil, Minas do ouro e Aldeia do silêncio. Seu livro FIDEL E A RELIGIÃO virou Best-seller no exterior.

Ganhou em 1982 o Jabuti, principal prêmio literário do Brasil, concedido pela Câmara Brasileira do Livro, por seu livro de memórias Batismo de Sangue. Em 1986, foi eleito Intelectual do Ano pelos escritores filiados à União Brasileira de Escritores, que lhe deram o prêmio Juca Pato por sua obra “Fidel e a religião”. Seu livro A noite em que Jesus nasceu ganhou o prêmio de "Melhor Obra Infanto-Juvenil" de 1998, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 2005, o júri da Câmara Brasileira do Livro premiou-o mais uma vez com o Jabuti, agora na categoria Crônicas e Contos, pela obra “Típicos Tipos – perfis literários”.

Mas, apesar de tantos livros publicados, ainda não consegue viver de direitos autorais. Infelizmente, ainda se lê pouco no Brasil.
“Nem me sustento com “o maná que cai do Céu”, ou seja, da Igreja. Como o apóstolo Paulo, faço questão de viver do trabalho “de minhas mãos”. E acrescento: da minha mente. Meu ganha-pão são as palestras, aqui e lá fora”, diz Frei Betto.

Em sua luta por um mundo socialmente justo já exerceu diversas atividades. Foi coordenador da ANAMPOS (Articulação Nacional de Movimentos Populares e Sindicais), participou da fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da CMP (Central de Movimentos Populares). Prestou assessoria à Pastoral Operária do ABC (São Paulo), ao Instituto Cidadania (São Paulo) e às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Foi também consultor do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Em 2003 e 2004 atuou como Assessor Especial do Presidente da República e coordenador de Mobilização Social do Programa Fome Zero. Desde 2007 é membro do Conselho Consultivo da Comissão Justiça e Paz de São Paulo. É sócio fundador do Programa Todos pela Educação.

E, além de todo esse talento, é um amigo na máxima expressão da palavra. Precisa dizer mais alguma coisa?
 
Como podemos ver, são sete décadas de muita luta, muita dedicação à causa que abraça e à promoção da vida. A Frei Betto a nossa homenagem e o nosso carinho.

FELIZ IDADE

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