Há setenta anos, em 25 de agosto,
nascia mais um mineiro, em uma família unida, alegre e cheia de amor.
Entretanto, aquele menininho, ao crescer, não seria apenas mais um mineiro e
sim, um cidadão, na totalidade do significado desta palavra, consciente de seus
deveres, mas também de seus direitos. Seus e do povo brasileiro. Direitos pelos
quais vem lutado desde que mal saiu da adolescência, pelos quais foi preso pela
ditadura militar durante quatro anos e, pelos quais, tem, a cada dia, a certeza
de que nada foi em vão.
Chega ao setenta anos preservando
a juventude dentro de si, se renovando sempre, reinventando a vida, levando
esperança por esse mundão afora.
Depois de estudar jornalismo, antropologia,
filosofia e teologia e ser frade dominicano, encontrou na mistura das letras e
palavras, um grande dom e um grande prazer. São quase tantos livros escritos, quando a sua
nova idade: 60, com 58 já publicados e dois no prelo, saindo até o final do
ano. Tem livros traduzidos em 24 idiomas e 35 países. Sem contar com a
imensidão de artigos publicados, inclusive neste blog. Artigos, muitos deles, verdadeiras poesias, disfarçadas de crônicas ou simples textos.
Os gêneros que escreve? São
muitos: memórias, como Batismo de sangue e Diário de Fernando que virou filme
sob a direção de Helvécio Ratton; meia dúzia de infantis; biografias, como Um
homem chamado Jesus pastoral, como Fome de Deus livros em coautoria, como
Conversa sobre a fé e a ciência em parceria com o físico Marcelo Gleiser; e
romances, como o policial Hotel Brasil, Minas do ouro e Aldeia do silêncio. Seu
livro FIDEL E A RELIGIÃO virou Best-seller no exterior.
Ganhou em 1982 o Jabuti,
principal prêmio literário do Brasil, concedido pela Câmara Brasileira do
Livro, por seu livro de memórias Batismo de Sangue. Em 1986, foi eleito
Intelectual do Ano pelos escritores filiados à União Brasileira de Escritores,
que lhe deram o prêmio Juca Pato por sua obra “Fidel e a religião”. Seu livro A
noite em que Jesus nasceu ganhou o prêmio de "Melhor Obra
Infanto-Juvenil" de 1998, concedido pela Associação Paulista de Críticos
de Arte. Em 2005, o júri da Câmara Brasileira do Livro premiou-o mais uma vez
com o Jabuti, agora na categoria Crônicas e Contos, pela obra “Típicos Tipos –
perfis literários”.
Mas, apesar de tantos livros
publicados, ainda não consegue viver de direitos autorais. Infelizmente, ainda
se lê pouco no Brasil.
“Nem me sustento com “o maná que
cai do Céu”, ou seja, da Igreja. Como o apóstolo Paulo, faço questão de viver
do trabalho “de minhas mãos”. E acrescento: da minha mente. Meu ganha-pão são
as palestras, aqui e lá fora”, diz Frei Betto.
Em sua luta por um mundo
socialmente justo já exerceu diversas atividades. Foi coordenador da ANAMPOS
(Articulação Nacional de Movimentos Populares e Sindicais), participou da
fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da CMP (Central de
Movimentos Populares). Prestou assessoria à Pastoral Operária do ABC (São
Paulo), ao Instituto Cidadania (São Paulo) e às Comunidades Eclesiais de Base
(CEBs). Foi também consultor do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST).
Em 2003 e 2004 atuou como
Assessor Especial do Presidente da República e coordenador de Mobilização
Social do Programa Fome Zero. Desde 2007 é membro do Conselho Consultivo da
Comissão Justiça e Paz de São Paulo. É sócio fundador do Programa Todos pela
Educação.
E, além de todo esse talento, é um amigo na máxima expressão da palavra. Precisa dizer mais alguma coisa?
Como podemos ver, são sete
décadas de muita luta, muita dedicação à causa que abraça e à promoção da vida. A Frei Betto a nossa
homenagem e o nosso carinho.
FELIZ IDADE
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