Por
Reginaldo Veloso
A
Leonardo Boff
Quando será que libertarão
Deus da clausura dos templos?...
Quando será que libertarão
as Igrejas das garras dos clérigos?...
Quando será que libertarão
a Religião da ilusória magia dos ritos?...
Um dia, nos sentiremos no
Mundo como num templo imenso, e aprenderemos a ler no grande livro da Natureza
e da História, a Palavra elementar de Deus, “os sinais dos tempos”!
Um dia, nos perceberemos
como morada do Espírito, templo, sacerdote e sacrifício, e quando nos sentarmos
em roda, em nome de Jesus, teremos a certeza da sua presença real, no meio da
gente.
Um dia, em cada
gesto de carinho, de cuidado, de serviço,
em cada bocado, em cada
gole compartilhado,
em cada grito de
protesto, em cada punho levantado,
em cada folguedo,
em cada cantoria, em cada festa de nossa gente,
em nossa alegria.
experimentaremos a
ternura do nosso Deus
e celebraremos o
compromisso com a única causa que vale a vida: a Vida!
Quando isso acontecer...
Até poderemos
voltar, honestamente,
a curtir a beleza
de nossos espaços sagrados...
Até poderemos sentar,
dignamente,
com os legítimos
animadores da caminhada para a Terra Prometida...
Até poderemos
celebrar, decentemente,
os ritos de nossa
tradição, “Mistérios da Fé, da Esperança, do Amor”...
Porque, então...
os templos serão, apenas,
um aprazível ponto de encontros marcados
entre as Pessoas
Humanas e as Três Pessoas Divinas...
as rodas de diálogo
responderão à nossa fome e sede da Justiça,
e darão o ritmo e
alento às lutas do cotidiano,
na caminhada para a
Terra Prometida...
e os sacramentos
estarão prenhes, tanto da presença e da ação de Deus,
quanto de nossas
buscas e da nossa entrega,
para que o Reino
aconteça “assim na terra como no céu”!
Reginaldo Veloso é presbítero
leigo das CEBs
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