Por Juracy Andrade
Há poucos dias
cristãos coptas, que formam 10% da população egípcia, foram massacrados, tendo
o assim dito Estado Islâmico assumido a autoria do crime. Não devemos esquecer
que Jesus Cristo e os primeiros cristãos eram judeus e pregaram o Evangelho em
Jerusalém, Cesareia, Damasco, enfim no Oriente. São Paulo, um cidadão romano e um
fariseu convertido ao cristianismo, é que levou a pregação evangélica ao
Ocidente e praticamente se apoderou da condução da Igreja, deixando Pedro e
demais velhos apóstolos mais ou menos marginalizados. Até discutiu com Pedro e
levou a melhor, pois este achava que os cristãos deveriam ser circuncidados,
conforme o rito judaico. Paulo não.
Tradicionalmente,
os cristãos conviviam bem com os israelitas, a não ser depois que a Igreja romanizada
por Paulo passou a considerar os judeus, como um todo, assassinos de Jesus
Cristo. No Oriente, o bom convívio prosseguiu, longe de Roma. Após a criação do
Estado de Israel e, sobretudo, depois que este adotou uma política
antipalestina, e atiárabe em geral, judeus e cristãos há séculos vivendo em
países muçulmanos, como o Iraque, Síria e outros, passaram a ser malvistos e
até atacados.
O Estado
Islâmico, criado por fanáticos empedernidos, sai na frente de todo tipo de
aberração e barbaridade, como tortura e assassinato de divergentes, destruição
de monumentos históricos que consideram antiislamitas. É gente que não conhece
o Corão, ou o lê por linhas tortas, inventando “versículos satânicos” (como os
do romance de Salman Rushdie).
Mas felizmente,
ainda são poucos, existem grupos de muçulmanos que buscam diálogo e
entendimento com os cristãos, e vice-versa. O mesmo ocorre entre cristãos e
judeus e islamitas e judeus. São pessoas para quem a religião não é motivo de
briga, fanatismo, desunião e, sim, um cruzamento na busca e adoração de Deus.
O autor é
jornalista com formação em filosofia e teologia
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