Marcelo Barros
Nesta
segunda-feira, 08 de março e durante toda esta semana, o mundo celebra o dia
internacional da mulher. Esta data,
promovida pela ONU (Organização das Nações Unidas), celebra as conquistas
sociais, econômicas, culturais e políticas que as mulheres realizam no mundo e reforça
a luta das mulheres pelo reconhecimento de sua dignidade, igualdade de direitos
e protagonismo na construção de um mundo de iguais.
Infelizmente,
no Brasil, na comemoração do 08 de março, precisamos nos dar conta de que,
durante este tempo de pandemia, têm crescido várias formas de violência contra
a mulher. Muitas mulheres têm sofrido agressões dentro da própria casa, muitas
vezes por parte dos companheiros. Ainda é comum o estupro e pior ainda o
feminicídio, assassinato de mulheres, pelo fato de serem mulheres. Além disso, a
violência contra a mulher também toma caráter coletivo no tráfico de mulheres
para a prostituição forçada que existe em todos os continentes e em certas
políticas que insistem na discriminação da mulher.
Neste ano, a
ONU escolheu como tema para o 08 de março: “Mulheres
na liderança: Alcançando um futuro igual em um mundo de COVID-19 ”. A razão
deste tema é o fato de que, no mundo inteiro, as mulheres têm assumido a linha
de frente no combate à pandemia e na proteção da vida das populações. Elas têm
atuado como profissionais de saúde, cuidadoras e organizadoras comunitárias. Em
todos os continentes, muitas das lideranças mais exemplares e eficazes na luta
contra a Covid são mulheres. Ao mesmo tempo, continuam cuidando da maioria das
tarefas de casa e suportam um fardo enorme de exigências. Em todo o mundo os
índices maiores de desemprego e de pobreza recaem sobre as mulheres.
A ONU tem destacado
que a maioria dos países nos quais o combate à onda da pandemia da COVID-19 tem
tido mais sucesso têm sido países governados por mulheres. Estamos nos
referindo à Dinamarca, Etiópia, Finlândia, Alemanha, Islândia, Nova Zelândia e
Eslováquia. Esses países foram reconhecidos pela rapidez dos cuidados e pela
determinação com a qual os seus governos protegeram a população. No entanto,
dos 193 países-membros da ONU somente 20 são governados por mulheres.
Apesar das
mulheres constituírem a maioria dos trabalhadores da linha de frente, ainda
continua sendo desproporcional e inadequada a representação de mulheres nos
espaços nacionais e globais de políticas para a COVID-19.
Devemos todos,
homens e mulheres, valorizar e celebrar de todas as formas que pudermos o dia
internacional da mulher, para que este possa se estender por todos os dias do
ano como tempo de integração de gêneros e o mundo se torne espaço de comunhão
no qual mulheres e homens possam viver a complementação de iguais.
Para quem
cultiva a espiritualidade, seja em qual for a tradição religiosa ou fora das
religiões, o Amor se manifesta como energia fecunda de vida. Os povos indígenas
a veneram como Pachamama, mãe Terra. As tradições afrodescendentes a honram nas
grandes Mães da vida, como Iemanjá,
Nanã, Obá, Euá, Oxum e Iansã. A tradição
bíblica revela que a divina Ruah, ventania, que os textos traduzem como
Espírito Santo, se revela na força própria da mulher e no encanto do feminino
em nossas vidas. Na carta aos gálatas, Paulo afirma: “Homens ou mulheres, somos todos um só no Cristo, Jesus nosso Senhor”
(Cf. Gl 3, 28).
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