Pe Fabio Potiguar dos Santos
O diálogo inter-religioso é um imperativo para todas
as expressões religiosas do mundo. Seja
para conservar autenticamente a proposta de cada uma das religiões como espaço
do encontro da pessoa com Deus ou o sagrado, consigo mesmo, com todas as
mulheres e homens – especialmente os irmãos e irmãs que compartilham a mesma fé
e vivência – e com o cosmos.
Encontro este norteado pelos princípios místicos,
éticos e morais; bem como para ser no mundo uma presença e instrumento de
promoção da dignidade da pessoa humana, da justiça, o cuidado com a Casa Comum,
da fraternidade e da paz. Abraço do bem com o belo, comunhão ética e estética.
As religiões são assim, lugares do encontro do homem
com Deus, com os seus companheiros de humanidade e uma relação de alteridade
com o meio ambiente. Individual e coletivamente os seus membros deverão viver e
celebrar os seus mistérios e o que lhes foi revelado dentro de seus próprios
espaços sagrados no santuário do coração e da consciência e naqueles
construídos como o lugar do culto. Deste modo, respeitadas todas as
especificidades litúrgicas, particularidades morais e singularidade doutrinal,
sem perder e anular aquilo que lhe é próprio, em meio a poucas ou muitas
divergências, cada religião tem o compromisso – para apresentar-se à sociedade
como boa e verdadeira – do diálogo e de ações conjuntas com as demais, a partir
do ponto de convergência e matriz de todas elas que são, sem sombra de dúvidas,
Os valores éticos comuns de base,como a mística, o amor, a felicidade, a
justiça social, a paz nos corações e no mundo.
Nesta crise mundial de valores as religiões
desempenham um papel, intrínseco e obrigatório de ser no mundo um lugar do encontro
com uma orientação básica, quando as
mais diversas expressões de fé se reúnem para apresentar a imagem de Deus ou do
sagrado, e não sua perversa caricatura, apresentar aqueles princípios milenares
acima mencionados - nem alienados nem alienantes - ao mesmo tempo tão contemporâneo e ainda a partir
de suas fontes mostram-nos o verdadeiro rosto da pessoa humana, onde o homem
torna-se mais homem e a mulher mais mulher, enfim, a pessoa humana mais pessoa
e mais humana; Repito, ínsito e teimo: as religiões desempenham um papel,
intrínseco e obrigatório, - de não obstante todas as suas contradições e
apesar de todas as grandes objeções postas legitimamente pelos crentes com
autocrítica aguçada, os materialistas históricos, os ateus e agnósticos por
razões ideológicas, científicas, filosóficas, psicológicas e outras - de ser no mundo um lugar do encontro com uma
orientação básica, como diria Hans
Küng, para as grandes perguntas sobre o homem e a mulher: de onde, porquê e
para quê – uma orientação básica para a vida individual e social. Sem negar a ciência,
mas dialogando com ela, afirma ainda o teólogo suíço, as religiões podem
apresentar sem equívocos, não um Deus
contra a humanidade, mas sim como um Deus a favor da humanidade.
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