Prof. Martinho Condini
“Imitemos um pouco a
sabedoria de nossos adversários. Vejam, todos os governos tem na boca a palavra
liberdade, enquanto seus atos são reacionários. Que as autoridades
revolucionárias não façam mais frases, mas, usando uma linguagem mais moderada,
a mais pacífica possível, façam a revolução” (Mikhail
Bakunin).
Há quinze meses para as
eleições presidenciais e diante de um quadro tão caótico é chegado o momento das
forças de esquerda e centro esquerda deste país começar a alinhavar uma
composição que faça frente a esse governo de extrema direita, populista,
negacionista e genocida.
O golpe de 2016 possibilitou
que chegássemos em 2021 simplesmente a deriva em plena pandemia com mais de
quinhentos mil mortos, e com um comando do país acéfalo e descompromissado em
relação ao seu povo e a soberania nacional.
Sabemos o quanto foi
dificultoso restabelecer a democracia neste país, que tem um histórico
republicano marcado por golpes. Por isso, devemos ficar atentos as movimentos
desse governo, porque por mais boçal que seja não sabemos do que o seu “gado” e
apoiadores são capazes de fazer. Como
exemplo temos o negacionismo da pandemia e da vacina e a volta do voto impresso
na próxima eleição, tudo isso seria cômico se no fosse trágico.
Por tudo isso, acredito
que é chegada a hora de unir as forças progressistas para que consigamos
retomar e reiniciar a “revolução social” que estava em curso. Precisamos de uma
liderança que verdadeiramente conheça o Brasil e seus problemas e que governará
para todos.
A nossa democracia
política de certa maneira está consolidada, com a existência de instituições
sólidas, mas a nossa democracia social ainda deixa muito a desejar, pois ainda
não alcançamos patamares satisfatórios em relação ao IDH. Na primeira década deste
século aproximadamente quarenta milhões de pessoas saíram da condição de
miseráveis, milhares de jovens ingressaram no ensino superior, muitos deles
como o primeiro membro da família a cursar o ensino superior.
O momento é de unir
forças, deixar as diferenças de lado, aparar possíveis arestas, respirar fundo,
arregaçar as mangas para derrotar o mal maior, esse excremento de governo. De nada adiantará as
forças progressistas de esquerda olhar para os seus interesses e não olhar para
o povo brasileiro e os interesses nacionais.
É chegada a hora de
começarmos a lutar, cada um a sua maneira para que se restabeleça a esperança no
semblante do povo brasileiro e a confiança num governo que retome as políticas
públicas de interesse das camadas populares da sociedade. Uma agenda de
interesse do país seja construída para que o nosso Brasil reconquiste sua
soberania e respeito perante o mundo. Temos o direito de sermos feliz de novo.
* O Prof. Martinho Condini é historiador, mestre em Ciências da Religião e doutor em Educação. Pesquisador da vida e obra de Dom Helder Camara e Paulo Freire. Publicou pela Paulus Editora os livros 'Dom Helder Camara um modelo de esperança', 'Helder Camara, um nordestino cidadão do mundo', 'Fundamentos para uma Educação Libertadora: Dom Helder Camara e Paulo Freire' e o DVD ' Educar como Prática da Liberdade: Dom Helder Camara e Paulo Freire. Pela Pablo Editorial publicou o livro 'Monsenhor Helder Camara um ejemplo de esperanza'. Contato profcondini@gmail.com
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