Por Marcelo Barros
Anualmente, a ONU consagra
o 11 de julho como "dia mundial da população". O objetivo é chamar a
atenção da humanidade para o fato de que, quanto mais aumenta a população
mundial, mais se tornam necessário um planejamento mais cuidadoso para
favorecer a vida de todos. Além disso, é também urgente maior cuidado com o
planeta, para que a terra não se torne inabitável.
Os dados atuais comprovam
que a humanidade conta com 7, 3 bilhões de pessoas. A maior parte da população
continua sendo de asiáticos, dos quais a China é ainda o país mais populoso. A Índia
a segue imediatamente e, provavelmente, a vencerá em pouco mais de uma década.
A cada ano, a população mundial registra um aumento de 75 milhões de pessoas.
Esse crescimento é desigual. A população cresce na África e diminui em alguns
países ricos. Em 19 nações da Europa, a taxa populacional tem baixado. Além
disso, é escandaloso saber que, enquanto no Japão, na Suécia e outros países
ricos, a média de vida é de 80 anos, em países africanos, como a Zâmbia e o
Zimbabue, é considerado feliz quem atinge a idade de 35.
As maiores preocupações da
ONU e dos cientistas é que, como afirmava o Mahatma Gandhi, a terra é
suficientemente fértil e pode alimentar até 11 bilhões de pessoas. No entanto,
não basta para saciar a ambição da pequena elite econômica que domina o
planeta. Em 2015, a ONU publicou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
para o Mundo, a serem alcançados nesses próximos quinze anos. De acordo com essa
meta, espera-se que até 2030, a humanidade tenha conseguido proporcionar
segurança alimentar e água potável para toda a população da terra. Até lá,
devemos ter diminuído de tal forma a pobreza, que a fome e as doenças endêmicas
que ainda ameaçam a vida nos países pobres, tenham sido superadas. Além disso,
cientistas de todo o mundo concordam que, se a sociedade dominante não mudar o
modo de organizar o mundo, todo o sistema de vida no planeta Terra está ameaçado.
Desde o começo desse século,
cientistas como Paul Crutzen e Eugene Stoermer ensinam que, com o Capitalismo
industrial, a temperatura na superfície do planeta e na sua atmosfera mudou
tanto que entramos em uma nova era geológica. Essa nova idade da Terra, que se sucedeu
ao Holoceno , recebeu dos cientistas o nome de Antropoceno porque é provocada
pelo ser humano ( antropos ). Em uma guerra nuclear, a destruição do planeta
seria consequência da decisão consciente de governantes que detêm o poder. As
mudanças climáticas podem também acarretar a destruição da vida na terra, mas
como consequência não-intencional das ações humanas. Nesse caso, só uma análise
científica pode mostrar que essa destruição é resultado de nossas ações,
enquanto espécie. Nesses últimos três anos, cientistas de diversos países,
alguns que receberam Prêmio Nobel de Ciências, estudaram a quantidade de energia
ou calor que entra na atmosfera. Essa energia se acumula nos reservatórios do
planeta, como os oceanos, as geleiras e o próprio solo da terra. Eles
compararam e descobriram que o calor ali acumulado é equivalente a 0, 58 W/ m2.
Segundo eles, é um calor equivalente ao provocado pela explosão de 400 mil
bombas atômicas. Diante dessa realidade, é urgente que a sociedade civil se
organize mais e pressione os governos e empresas para que assumam sua
responsabilidade em relação ao futuro. No dia mundial da população, é
importante refletir sobre que mundo entregaremos aos filhos dos nossos filhos.
Quem crê em Deus como Amor
sabe que, ao agredir a natureza, se ataca o próprio Criador. Ao mesmo tempo,
quando trabalhamos para salvar uma nascente de água, preservar um pedaço de
mata ou simplesmente possibilitar uma agricultura ecológica, estamos cuidando
da vida e, concretamente, do futuro da população humana. Se somos crentes, estamos
colaborando com o Espírito Mãe da Vida que, no universo, mantém permanentemente
o evoluir de sua criação.
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