Gente querida,
diante da identidade e missão firmada, sempre chega também a 'bem-aventurada
perseguição', portanto, os Programas da Comunidade Bremen (no canal Paz e Bem e
no canal de Marcelo Barros) vem recebendo observações de que somos comunistas,
e infiéis ao Evangelho.
Poderíamos não dar
importância, mas sabemos também que há grupos organizados para esses ataques
que, mesmo nos chegando como 'bem-aventurança da perseguição', nos convida à
prudência e coragem diante da missão e vocação que nos conduz.
Sendo assim,
consideramos um posicionamento público, declarando quem somos, a que viemos, ou
seja, nossa identidade e missão. Não temos a intenção de acusar, citar ataques,
mas de nos posicionarmos como Comunidade e nos responsabilizamos por nosso
caminho de discipulado comum.
Segue, portanto a
Carta Aberta à Comunidade, já aprovada na Comunidade Bremen - Comunidade
Ecumênica de Espiritualidade Libertadora e que gostaríamos que fosse tornada
pública.
Caso apoie essa
nossa iniciativa, ajuda-nos a divulgar essa comunicação?
CARTA ABERTA À COMUNIDADE
Recife, Páscoa de 2021
Cristo ressuscitou!
Volta para nós o seu olhar e faz que sejamos renovados pelo sentido de
ressurreição e alcancemos graça, paz, saúde e felicidade na comunhão em Ti e na
solidariedade ao nosso povo.
Desejamos com essa Carta
confirmar nosso caminhar como Comunidade de irmãs e irmãos que sonham juntos com
o Amor entre nós, nos guiando no agir, no falar, no viver cada dia, com cada
situação presente e histórica.
Ao longo do ano de 2020 e
início de 2021, a Comunidade Bremen, COMUNIDADE ECUMÊNICA DE ESPIRITUALIDADE
LIBERTADORA, se sentiu convocada a viver uma profunda comunhão de vida e de
missão. Esse chamado nos chegou de muitos cantos e recantos de nosso chão
comum: veio do chão do Cristianismo, do chão dos povos originários, das
comunidades quilombolas; das agriculturas familiares; das periferias dos grandes
centros urbanos; veio dos empobrecidos sem teto, sem alimento, sem educação,
sem saúde pública, sem condições mínimas de vida digna; veio dos saberes
artesanais, técnicos, sociais e espirituais de comunidades não reconhecidas ou
invisibilizadas que vivem a comunhão em todas as circunstâncias; veio da
espiritualidade libertadora presente em muitas expressões religiosas e não
religiosas.
Como Comunidade respondemos: Sim, aqui estamos! E a cada dia, nos colocamos
nessa disposição, como caminhantes que aprendem juntos, como discípulas e
discípulos que seguem o Mestre que veio fazer morada e viver conosco, assumindo
com sua própria vida, a vida de cada pessoa – sem distinção de gênero, etnia,
religião -, e a vida da Mãe Terra e todas as criaturas.
Neste longo período de pandemia, que poderíamos chamar de grande quaresma da
humanidade, nosso discernimento cotidiano nos convoca a gestos concretos de
solidariedade, a reflexões a partir da fé cristã em diálogo com a
espiritualidade macro ecumênica libertadora e com as grandes questões éticas
que atingem pequenas e grandes comunidades em nosso país.
Esse é o chamado que ouvimos, o clamor que vem do povo. Esse é o chamado que
ouvimos de nossa Mãe Terra, clamando por vida em plenitude. É vocação pessoal e
comunitária na direção do Reino que já se faz presente aqui através dos gestos
concretos de solidariedade, justiça, profecia, compromisso político, paz e
saúde. É vocação pessoal e comunitária que se faz presença nas lutas sociais
cotidianas, especialmente do povo trabalhador e também que sofre por um
não-lugar no campo do trabalho digno.
Como é próprio de cada tempo – e mesmo Jesus não foi compreendido em seu
contexto social, histórico e religioso -, temos nos deparado com críticas ao
nosso jeito de responder aos muitos chamados por vida digna para todos os seres
humanos e toda a natureza. Compreendemos que há muitas visões de mundo, pois
estamos diante da pluralidade em todas as suas formas, de pensar, agir e viver
a fé. Respeitamos as diferenças e nos colocamos à disposição para diálogos com
base na fraternidade e na compreensão mútua. Contudo, muitas vezes, as críticas
não vêm acompanhadas dessa atitude de escuta e diálogo mútuos.
Afirmamos nosso compromisso com o diálogo como postura fundamental, que supõe
abertura e confiança entre identidades e pertenças diferenciadas.
Afirmamos nosso
compromisso ético com a vida digna para todas e todos, pelo respeito à
diversidade de crenças, gêneros e etnias.
Afirmamos que somos comunidade a caminho, como aprendizes, guiados pelo Amor e
pelo sopro divino.
Afirmamos nosso
compromisso com o mestre Jesus, com o conteúdo histórico político de sua Boa
Nova, com a libertação de tudo que compromete a dignidade do ser humano e da
mãe Terra, como a semeadura diária que cria condições para que a ressurreição
seja plena.
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