FREI ALOÍSIO FRAGOSO
(06/04/2021)
Terminada a festa da Páscoa, na liturgia
da Fé, retornamos de imediato ao drama da Paixão, ao cenário pandêmico de dores
e medos, sem prazo definido de encerrar-se. Na Páscoa revivemos a ressurreição
de Jesus, penhor da nossa ressurreição. Mas fica no ar uma pergunta para todos
os tempos: quem removerá a pedra do túmulo, tornando visível o renascer da
vida, a supremacia da vida?
Dos que ocupam os poderes constituídos neste país, nada mais temos a esperar. Cansamos do circo, cansamos de oportunistas e prestigitadores (eles parecem querer dançar sobre 330.000 caixões mortuários).
São as crianças que trouxemos para habitar
este mundo infectado. Elas clamam por vida, exigem as garantias para o seu
futuro. Seu olhar evidencia que a vida já venceu a morte.
São pais e mães que se sacrificam ao
extremo, a fim de assegurar a unidade e a feliz convivência familiar, neste
tempo de quarentena compulsória.
São cientistas e pesquisadores que se
fecham em seus laboratórios, impelidos pela obsessão de aperfeiçoar a arma
confiável de vencer o vírus exterminador.
São trabalhadores e trabalhadoras
humildes, coveiros, zeladores, maqueiros, e outros mais, cumprindo sua missão
de preservar visualmente a dignidade da pessoa humana.
É a voz profética de um homem do povo, que
ecoa universalmente, acompanhada de um refrão cada dia mais retumbante:
"brilha uma estrela, cresce a esperança".
É o testemunho, que comove e convence, de
um ancião que se tornou a referência moral da humanidade, o Papa Francisco.
pois ao grito de uns
"meu Deus, por que me abandonaste?" sucede-se o holocausto de outros
que se sacrificam amorosamente. Aí está o derradeiro e supremo anúncio pascal:
"Mais forte do que a morte é o amor" Ct.8,6.
Só assim poderemos entender a morte de um
Deus. E teremos razões suficientes de exclamar, neste tempo de Páscoa depois da
Páscoa: FELIZ PÁSCOA!
Frei Aloísio Fragoso é frade franciscano, coordenador da Tenda da Fé e escritor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário