Prof. Martinho Condini
Estamos passando pelo momento mais sombrio da nossa história pós a
redemocratização.
Hoje, vivemos
sobre as rédias de um governo genocida, negacionista, armamentista, miliciano, sexista,
homofóbico e anti democrático, que nos atormenta com bravatas e as ameaças de um inconsequente,
desequilibrado e psicopata presidente.
Não bastasse tudo isso, ainda nos deparamos com relações autoritárias, retrógradas e antiquadas por parte de gestores,
gestoras, professoras e professores, em instituições educacionais públicas e privadas em todos
os níveis de aprendizagem.
Sabemos que o descaso com a educação
em nosso país é histórico e estrutural, principalmente para as camadas populares
da nossa sociedade. E como afirmou o antropólogo Darcy Ribeiro, “A crise da
educação no Brasil não é uma crise, é um projeto”.
Foram esporádicos os momentos da
nossa história que tivemos projetos educacionais pensados
e executados para as camadas
populares.
Podemos destacar O Movimento de Educação
Básica (MEB), o Plano Nacional de Albabetização (PNA), na década de 1950 e
início da década de 1960 (abortados pela ditadura militar) e nas duas primeiras
décadas do século XXI, tivemos a expansão de institutos federais a nível médio
e superior, além de políticas educacionais para ingresso de jovens das camadas
populares a universidade (o atual governo abandonou essa política educacional).
É preciso que políticas educacionais
de Estado sejam efetivadas para
erradicar o analfabetismo e consolidar uma educação
de qualidade e democrática onde todas e todos tenham acesso.
É muito importante também que as instituições educacionais pratiquem uma
educação e uma pedagogia libertadora e não uma educação e uma pedagogia bancária.
Para que isso ocorra é necessário que
à frente desse processo de ensinagem e aprendizagem estejam professoras e professores com postura crítica
diante da realidade. Isso é fundamental para a consolidação de uma educação libertadora, isto é, uma educação que
emancipa, que possibilite alunas e alunos aprenderem aquilo que considerem
apropriado e importante para a sua vida, afim tornarem-se protagonistas das suas histórias.
A educação que não é libertadora e
inclusiva apenas favorece a
manutenção dos valores sociais determinados e impostos pelas classes
dominantes.
A escola não é um organismo separado
da realidade a qual professoras, professores, alunas e alunos estão inseridos. A
escola é um orgão vivo onde o “grande barato” é a relação, a troca de saberes,
onde ensinagem e aprendizagem andam de mãos dadas amparadas pela dialogicidade,
a reflexão e a ação.
Como
afirmou Paulo Freire, “A pedagogia que me toca é a
pedagogia que escuta, provoca e vive a difícil
experiência da liberdade, reconhecendo que há também uma distorção do autoritarismo. Minha opção é por uma
pedagogia livre para a liberdade, brigando contra a concepção autoritária de Estado, de sociedade”.
O compromisso da
educação é de formar educadores “jequitibás, e não eucaliptos”, educandos
“águias, e não galinhas” e criar instituições de ensino “asas, e não gaiolas”.
Professoras e professores devem estar
embuídos em transformar a educação em conscientização e libertação, como o fez
o patrono da educação brasileira Paulo
Freire.
A escola deve ser um local de
produção de conhecimento e não de repetição de informação (na maioria das vezes
desinteresante e inútil para os estudantes).
Enfim, estou convencido que é por
meio de uma educação libertadora e de uma pedagogia da libetação que nossas alunas
e alunos sairão da condição de oprimidas
e oprimidos para a condição de ‘ser mais’.
Isto é, possibilitar que nossas
alunas e alunos se tornem cidadãs e cidadãos plenos, sabedores de seus deveres
e direitos, além de terem garantido o seu
lugar de fala e o respeito da sociedade.
Meus parabéns! Paz e bem!
ResponderExcluirTenhamos esperança de dias melhores para nosso país, voltando os olhos, como ensina o texto, para o patrono de nossa educação: Paulo Freire.
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