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domingo, 1 de agosto de 2010

JESUS DE NAZARÉ ONTEM, HOJE E SEMPRE


POR MARIA CLARA BINGEMER

JESUS DE NAZARÉ ONTEM, HOJE E SEMPRE artigo de Maria Clara Lucchetti Bingemer, O conhecimento da pessoa e da vida de Jesus Cristo – essa figura que passados dois mil anos ainda fascina e cativa a humanidade - tem necessariamente que passar por sua humanidade, trilhar seus caminhos de terra, viver e sofrer a perplexidade e as perguntas daqueles e daquelas que com ele conviveram para ter acesso a seu mistério.

A reflexão teológica procura, portanto, sempre seguir esse caminho e esse itinerário. A partir de baixo, da carne vulnerável, frágil e exposta de Jesus de Nazaré, um judeu entre tantos, somos chamados a colocar-nos a caminho, em busca do mistério do Deus que ele revela e da salvação que ele traz.

Há duas tendências dominantes na Cristologia hoje: a ascendente e a descendente. Não é legítimo prescindir de nenhuma das duas ao encetar a aventura de uma reflexão cristológica. A "cristologia ascendente" – que vai de baixo para cima, do humano para o divino - vem a ser a explicação mais plausível do mistério de Jesus Cristo. Mas não é uma explicação excludente. Também a "cristologia descendente" – de cima para baixo, do divino para o humano - tem um sentido e uma significação fundamentais para a fé.

A partir do momento em que sabemos que Jesus nos revela o que pertence à essência eterna de Deus, podemos falar de Jesus aplicando-lhe o que corresponde à essa essência eterna do divino. Mas, neste caso, trata-se de uma afirmação ou explicação subsequente. Porque o critério fundamental de interpretação do mistério é o que designamos como "cristologia ascendente", ou seja: o desdobrar do mistério de Deus na vida humana de Jesus de Nazaré diante dos sentidos humanos. Isso é que vai possibilitar ao Novo Testamento proclamar que o mistério de Deus e o mistério da vida humana são um só e mesmo mistério.

Aqueles que conviveram com Jesus de Nazaré ficaram fascinados com sua personalidade. Parece-nos que aí se destacam três traços da pessoa de Jesus que constituem três vias de acesso a seu mistério. Em primeiro lugar, sua fidelidade ao Deus que ele chama de Pai. Em segundo, sua liberdade, consequência de sua experiência do absoluto de Deus, único ao qual entendia dever fidelidade radical. Em terceiro, o Reino, o projeto do Pai, que é fundamentalmente um projeto de inclusão de tudo e todos que estão à margem. A partir daí se faz patente a preferência de Jesus pelos marginalizados de seu tempo (os pobres, os doentes, as mulheres etc.) e como aí revelava a maneira de Deus se aproximar da humanidade.

Jesus era um apaixonado por sua missão e a entendia de uma maneira muito própria. No centro dessa missão estava o projeto do Reino do Pai, no qual consistia toda a sua paixão. Esse reino é dado a nós como graça, mas também como tarefa. Deve ser construído com todas as forças, embora seja dado por Deus como dom livre de seu amor. Jesus forma uma comunidade – a futura Igreja - que será a artesã desse projeto, encarregada de construí-lo no meio do mundo.

A primeira comunidade chega a reconhecer em Jesus o Messias esperado. Havia uma forte esperança messiânica no tempo de Jesus e os diversos grupos do povo de Israel esperavam por esse Messias. Jesus vai, então, tomando progressiva consciência do messianismo que o Pai deseja para ele e por isso recusa o messianismo davídico que está presente nas expectativas do povo e dos discípulos. Isso o empurra em direção à Jerusalém e à morte.

A partir do desejo do Pai, Jesus entendeu seu caminho e seu destino e assumiu sua morte. A comunidade primitiva leu a morte de Jesus, incompreensível no início, mas depois iluminada por Deus com a vida que não morre como a morte do Servo de Deus, Cordeiro que tira o pecado do mundo.

A Ressurreição de Jesus vem ao encontro das esperanças presentes no seio do Judaísmo, as plenifica e as supera. A Ressurreição é uma revelação e uma experiência que acontece dentro da história, mas que é transistórica, ou seja, supera a história e a transcende, sendo a palavra interpretativa do Pai sobre a vida e a morte de Jesus, revelando-o como o Filho Amado, que não foi retido no poder da morte, mas se tornou vida para todos.

Vivendo e anunciando a fé em Jesus Cristo, Messias e Servo de Deus, Filho querido e amado do Pai de todos os homens e mulheres, a Igreja dos primeiros séculos teve que lutar e refletir para encontrar palavras adequadas que dissessem teologicamente toda a riqueza e a profundidade do seu mistério. Assim é que no Concílio de Nicéia (+325) encontra a maneira de dizer que Ele é consubstancial com o Pai; o concílio de Constantinopla (+381) confirma isso. E quase dois séculos depois o concílio de Calcedônia (+451) encontra a maneira definitiva e feliz de dizer que em Jesus há a natureza divina e humana convivendo harmonicamente e assim Ele revela Deus a nós e nos revela a nós mesmos, oferecendo-nos gratuitamente a salvação.

Ao final deste texto esperamos que estas reflexões, modestas e limitadas, possam ajudar as pessoas a refletir amorosa e profundamente sobre o mistério que nos salva: o mistério do Filho de Deus encarnado que faz a história girar sobre seus gonzos e introduz a humanidade no interior do mistério de Deus. Que um maior conhecimento desse mistério central da fé cristã possa ajudar-nos a ser discípulos mais fiéis e diligentes do Senhor que por nós se fez humano a fim de construir seu Reino em meio à história.



Maria Clara Bingemer é autora de "Deus amor: graça que habita em nós” (Editora Paulinas), entre outros livros. (www.users.rdc.puc-rio.br/agape)

Copyright 2010 – MARIA CLARA LUCCHETTI BINGEMER - É proibida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)


NO CÉU COMO NA TERRA


POR MARCELO BARROS

Como a cada dia, se tornam mais evidentes as conseqüências da crise ecológica, grande parte da humanidade tem voltado sua atenção para o cuidado com a sustentabilidade da vida no planeta. Uma das preocupações diárias é o que fazer com o lixo. Cada vez mais as pessoas aprendem a selecionar os elementos orgânicos e procurar diminuir os detritos que a natureza não pode absorver. Entretanto, muita gente não se dá conta de que a civilização capitalista não somente enche de lixo a terra, mas até o espaço celeste.

Na história recente da humanidade, 19 de julho é conhecido como o dia em que, pela primeira vez, o ser humano pisou na lua. Neste dia, em 1969, a televisão de todo o mundo mostrava os astronautas caminhando na superfície da lua. No ano seguinte, em pleno contexto da guerra fria, a União Soviética e a China intensificaram a corrida pela conquista do espaço. Atualmente, 40 anos depois, a humanidade já lançou na órbita da terra mais de seis mil satélites artificiais. Destes, 800 são ativos e todos os outros (5200) continuam no espaço como detritos que os construtores não conseguiram suprimir.

Além disso, conforme dados científicos, estão jogados na órbita da terra, mais de 12.000 pedaços de espaçonaves, restos de satélites espaciais e outros materiais que restaram de explosões provocadas pelo ser humano no espaço. Conforme um documento do DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency), “desde 2007, aumentaram em 50% os detritos no espaço, provocados pela decisão do governo chinês de destruir um de seus satélites e pela colisão entre um satélite Iridium e um sistema de comunicação orbital russo” (revista Rocca, 01/ 12; 2009, p. 26). A mesma agência alerta que, além desse material de dimensões maiores, se calculam em mais de 110 mil objetos menores abandonados por estações espaciais e expedições humanas e estes detritos não se desintegram. Notem bem: 110 mil. É um lixo espacial, constituído por material metálico e muitas vezes radioativo, que voa a uma velocidade média de 28.000 quilômetros por hora. Ao entrar na atmosfera terrestre, quase sempre se incendeiam e podem ser extremamente perigosos, tanto se caem na superfície, como se chocam com aeronaves e outros veículos espaciais.

De acordo com a NASA, somente em 2008, caíram sobre a terra e em nossos mares, 743 destes objetos espaciais pequenos que provocaram incêndios na natureza, aumento da poluição de nossos mares e outros incidentes ao redor do mundo. Os dados de 2009 ainda não estão disponíveis. Cláudio Portelli, perito em detritos espaciais da ASI (Agência Espacial Italiana) declarou que um objeto do tamanho de uma pequena bola de tênis, solto no espaço sideral, ao cair na terra pode provocar um dano comparável à explosão de 25 barras de dinamite. Um choque com a superfície terrestre ou com algum objeto no espaço pode acontecer a uma velocidade calculada entre 36.000 e 52.000 quilômetros por hora.

Isso significa que, atualmente, a humanidade vive um grande risco, não somente com o lixo que é produzido na terra, mas também com o detrito deixado por suas experiências no espaço. E sobre isso há pouquíssimas informações. Mesmo programas como o da NASA para monitorar a presença de detritos no espaço mais próximo da terra e evitar colisões são projetos secretos e pouco acessíveis à sociedade civil.

Assim, mais uma vez, fica claro: a solução para a sustentabilidade da vida na terra e do universo que nos cerca não se resolve apenas com um maior cuidado com as conseqüências do rumo que a sociedade tomou nos últimos séculos. Isso é importante, mas não basta. Precisamos de uma transformação profunda da cultura e da compreensão que a humanidade tem de si mesma, assim como da relação com a natureza. Só assim poderemos viver uma mudança real de caminhos que nos salve do pior. No Evangelho, Jesus disse a seus conterrâneos: “Vocês olham o céu carregado de nuvens e sabem que vai chover. Por que não conseguem discernir os sinais dos tempos?”(Mt 16, 2- 3).


Onde está a verdadeira crise da Igreja


POR LEONARDO BOFF

A crise da pedofilia na Igreja romano-católica não é nada em comparação à verdadeira crise, essa sim, estrutural, crise que concerne à sua institucionalidade histórico-social. Não me refiro à Igreja como comunidade de fiéis. Esta continua viva apesar da crise, se organizando de forma comunitária e não piramidal como a Igreja da Tradição. A questão é: que tipo de instituição representa esta comunidade de fé? Como se organiza? Atualmente, ela comparece como defasada da cultura contemporânea e em forte contradição com o sonho de Jesus, percebida pelas comunidades que se acostumaram a ler os envangelhos em grupos e então a fazer a suas analises.

Dito de forma breve mas não caricata: a instituição-Igreja se sustenta sobre duas formas de poder: um secular, organizativo, jurídico e hierárquico, herdado do Império Romano e outro espiritual, assentado sobre a teologia política de Santo Agostinho acerca da Cidade de Deus que ele identifica com a instituição-Igreja. Em sua montagem concreta não é tanto o Evangelho ou a fé cristã que contam, mas estes poderes, considerados como um único "poder sagrado" (potestas sacra) também na forma de sua plenitude (plenitudo potestatis) no estilo imperial romano da monarquia absolutista. César detinha todo o poder: político, militar, jurídico e religioso. O Papa, semelhantemente detém igual poder: "ordinário, supremo, pleno, imediato e universal" (canon 331), atributos só cabíveis a Deus. O Papa institucionalmente é um César batizado.

Esse poder que estrutura a instituição-Igreja foi se constituindo a partir do ano 325 com Imperador Constantino e oficialmente instaurado em 392 quando Teodósio, o Grande (+395) impôs o cristianismo como a única religião de Estado. A instituição-Igreja assumiu esse poder com todos os títulos, honrarias e hábitos palacianos que perduram até os dias de hoje no estilo de vida dos bispos, cardeais e papas.

Esse poder ganhou, com o tempo, formas cada vez mais totalitárias e até tirânicas, especialmente a partir do Papa Gregório VII que em 1075 se auto-proclamou senhor absoluto da Igreja e do mundo. Radicalizando, Inocêncio III (+1216) se apresentou não apenas como sucessor de Pedro mas como representante de Cristo. Seu sucessor, Inocêncio IV(+1254), deu o último passo e se anunciou como representante de Deus e por isso senhor universal da Terra que podia distribuir porções dela a quem quisesse, como depois foi feito aos reis de Espanha e Portugual no século XVI. Só faltava proclamar Papa infalível, o que ocorreu sob Pio IX em 1870. O circulo se fechou.

Ora, este tipo de instituição encontra-se hoje num profundo processo de erosão. Depois de mais de 40 anos de continudado estudo e meditação sobre a Igreja (meu campo de especialização) suspeito que chegou o momento crucial para ela: ou corajosamente muda e assim encontra seu lugar no mundo moderno e metaboliza o processo acelerado de globalização e ai terá muito a dizer, ou se condena a ser uma seita ocidental, cada vez mais irrelevante e esvaziada de fiéis. O projeto atual de Bento XVI de “reconquista” da visibilidade da Igreja contra o mundo secular é fadado ao fracasso se não proceder a uma mundança institucional. As pessoas de hoje não aceitam mais uma Igreja autoritária e triste, como se fosse ao próprio enterro. Mas estão abertas à saga de Jesus, ao seu sonho e aos valores evangélicos.

Esse crescendo na vontade de poder, imaginado ilusoriamente vindo diretamente de Cristo, impede qualquer reforma da instituição-Igreja pois tudo nela seria divino e intocável. Realiza-se plenamente a lógica do poder, descrita por Hobbes em seu Levitã: "o poder quer sempre mais poder, porque não se pode garantir o poder senão buscando mais e mais poder". Uma instituição-Igreja que busca assim um poder absoluto fecha as portas ao amor e se distancia dos sem-poder, dos pobres. A instituição perde o rosto humano e se faz insensível aos problemas existenciais, como da família e da sexualidade.

O Concílio Vaticano II (1965) procurou curar este desvio pelos conceitos de Povo de Deus, de comunhão e de governo colegial. Mas o intento foi abortado por João Paulo II e Bento XVI que voltaram a insistir no centralismo romano, agravando a crise.

O que um dia foi construido pode ser num outro, deconstruido. A fé cristã possui força intrínseca de nesta fase planetária encontrar uma forma institucional mais adequada ao sonho de seu Fundador e mais consentânea ao nosso tempo.

VIOLÊNCIAS CONTRA A MULHER


POR FREI BETTO

O hediondo crime que envolve o goleiro Bruno – a mulher, após ser assassinada, teve o corpo destroçado e devorado por cães, segundo denúncia – é a ponta do iceberg de um problema recorrente: a agressão masculina à mulher.

Entre 1997 e 2007, segundo o Mapa da Violência no Brasil/2010, 41.532 mulheres foram assassinadas no país. Um índice de 4,2 vítimas por cada grupo de 100 mil habitantes, bem acima da média internacional. O Espírito Santo apresenta o quadro mais grave: 10,3 assassinatos de mulheres/100 mil.

O Núcleo de Violência da Universidade de São Paulo identifica como assassinos maridos, ex-maridos e namorados inconformados com o fim da relação. Ao forte componente de misoginia (aversão à mulher), acresce-se a prepotência machista de quem se julga dono da parceira e, portanto, senhor absoluto sobre o destino dela.

A Central de Atendimento à Mulher (telefone 180) recebeu, nos primeiros cinco meses deste ano, 95% mais denúncias do que no mesmo período do ano passado. Mais de 50 mil mulheres denunciaram agressões verbais e físicas. A maioria é de mulheres negras, casadas, com idade entre 20 e 45 anos e nível médio de escolaridade. Os agressores são, em maioria, homens com idade entre 20 e 55 anos e nível médio de escolaridade.

Acredita-se que o aumento de denúncias se deve à Lei Maria da Penha, sancionada em 2006 pelo presidente Lula, e que aumenta o rigor da punição aos agressores. Apesar desse avanço, tudo indica que muitos lares brasileiros são verdadeiras casas dos horrores. A mulher é humilhada, destratada, surrada, por vezes vive em regime de encarceramento virtual e de semiescravidão no trabalho doméstico. Sem contar os casos de pedofilia e agressão sexual de crianças e adolescentes por parte do próprio pai.

A violência contra a mulher decorre de vários fatores, a começar pela omissão das próprias vítimas que, dependentes emocional e financeiramente do agressor, ou em nome da preservação do núcleo familiar, ficam caladas ou dominadas pelo pavor frente aos efeitos de uma denúncia. Soma-se a isso a impunidade. Eliza Zamudio, ex-namorada do goleiro Bruno, teria recorrido à Delegacia de Defesa da Mulher, sem que sua queixa tivesse sido levada a sério. Raramente o poder público assegura proteção à vítima e é ágil na punição ao agressor.

A violência contra a mulher não ocorre apenas nas relações interpessoais. Ela é generalizada pela cultura mercantilizada em que vivemos. Basta observar a multiplicidade de anúncios televisivos que fazem da mulher isca pornográfica de consumo.

Pare diante de uma banca de revistas e confira a diversidade do “açougue” fotográfico! Preste atenção no papéis femininos em programas humorísticos. Ora, se a mulher é reduzida às suas nádegas e atributos físicos, tratada como “gata” ou “avião”, exposta como mero objeto de uso masculino, como esperar que seja respeitada?

Nossas escolas, de uns anos para cá, introduziram no currículo aulas que abordam o tema da sexualidade. Em geral se restringem a noções de higiene corporal para se evitar doenças sexualmente transmissíveis. Não tratam do afeto, do amor, da alteridade entre parceiros, da família como projeto de vida, da irredutível dignidade do outro, incluídos os/as homossexuais.

Nas famílias, ainda há pais que conservam o tabu de não falar de sexo e afeto com os filhos ou julgam melhor o extremo oposto, o “liberou geral”, a total falta de limites, o que favorece a erotização precoce de crianças e a promiscuidade de adolescentes, agravada pelos casos de gravidez inesperada e indesejada.

Onde andam os movimentos de mulheres? Onde a indignação frente às várias formas de violência contra elas?

Os clubes esportivos deveriam impor a seus atletas, como fazem empresas e denominações religiosas, um código de ética. Talvez assim a fama repentina e o dinheiro excessivo não virassem a cabeça de ídolos de pés de barro...



Frei Betto é escritor, autor de “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros. www.freibetto.org – twitter:@freibetto

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