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sexta-feira, 6 de junho de 2014

DOIS MUROS E O CAMINHO PARA A PAZ



  Por Maria Clara Bingemer

             Os olhos do mundo se voltaram na última semana para a Terra Santa. A viagem do Papa Francisco, há muito planejada, era de suma importância.  A agenda muito delicada.  Tratava-se de dirigir-se ao território onde habitam israelenses e palestinos, e, ao mesmo tempo, o lugar sagrado dos cristãos por haver sido o lugar onde Jesus de Nazaré nasceu, viveu, morreu e ressuscitou.
            Para deixar bem clara a motivação religiosa e pastoral de sua viagem, o pontífice viajou acompanhado por duas pessoas cuja presença amiga falava alto simbolicamente: o rabino Abraham Skorka, seu interlocutor muito próximo desde os tempos da Argentina, e o líder muçulmano Omar Abboud, presidente do Instituto para o Diálogo Inter-religioso de Buenos Aires.  A postura do papa, de abertura e diálogo, já estava portanto patente em sua pessoa e em sua comitiva.
            Já o início da viagem chamou a atenção pela escolha original do itinerário.  Francisco chegou à Terra Santa pela Palestina, sem passar por Israel. Voou de helicóptero a Belém da Jordânia, onde começou sua viagem no sábado, tornando-se o primeiro pontífice a viajar diretamente à Cisjordânia em vez de entrar por Israel, outro aceno às aspirações palestinas.  Enfrentou corajosamente o mal estar que isso poderia provocar na comunidade israelense para fazer um gesto de convocação à paz.
            Em seguida, Francisco fez parada não programada  - quebrando o protocolo - no Muro de Belém, visto pelos palestinos como um símbolo de repressão e separação. Ali rezou e fez um apelo à paz. Declarou claramente que era preciso acabar com a separação que tanto sofrimento traz a ambos os povos.  E encantou seus ouvintes palestinos ao reivindicar um "Estado Palestino" como meta necessária das negociações de paz.  Embora acrescentando que tal meta deveria ser alcançada por um diálogo e cuidadosa negociação, o papa deixou bem clara sua convicção de que os dois povos precisam ver reconhecida sua soberania e autonomia para poder viver em paz.
            Inspiradamente, convidou os mandatários de Israel e da Palestina à  oração em comum pela paz: "Aqui, no local de nascimento do Príncipe da Paz, eu gostaria de convidá-lo, Presidente Mahmoud Abbas, junto com o Presidente Shimon Peres, a se juntarem a mim em uma sincera oração a Deus pelo dom da paz".
            Em Jerusalém, outro muro esperava por Francisco: o muro das lamentações frente ao qual seguramente Jesus de Nazaré e seus discípulos rezaram repetidas vezes e onde todo judeu piedoso encosta as mãos, o rosto, os lábios.  Ali o Papa rezou em silêncio por vários minutos e, tal como fazem seus irmãos judeus, inseriu uma mensagem entre as pedras. Segundo o porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, tratava-se do Pai-Nosso em espanhol.  Em meio às orações e mensagens várias ao Deus de Abraão, Isaac e Jacó, a oração de Jesus foi acrescentada por seu vigário na terra.
            Com a visita e a oração feita frente a este segundo muro, o Papa já se aproximava do fim de sua peregrinação na Terra Santa. No Yad Vashem, construído em homenagem aos seis milhões de judeus mortos no genocídio nazista da Segunda Guerra Mundial,  o Papa usou linguagem emocionada e forte.  Falou na necessidade de toda a humanidade envergonhar-se dos crimes cometidos na Shoa contra tantas pessoas humanas pelo simples fato de sua identidade judaica. 
            Após beijar as mãos de seis sobreviventes da Shoa, Francisco simulou um diálogo entre Deus e Adão, onde o Criador repreende amargamente sua criatura pela monstruosidade cometida.  A isto Adão responde implorando misericórdia e pedindo a graça de envergonhar-se do imenso pecado que foi capaz de cometer: destruir sua própria carne.  A esta oração do primeiro homem criado, o pontífice deu voz em primeira pessoa.
            Era a culminância de uma peregrinação no encalço da paz tão desejada e que parece tão distante.  Com o habitual tom positivo e esperançoso que tem marcado todo o seu pontificado, Francisco quis fazer um forte apelo para um compromisso entre as três religiões monoteístas em favor da paz.
            Mas não apenas quis fazê-lo em forma de apelo.  Quis desde o início dizer: é possível.  Assim se pode e se deve interpretar seu gesto de levar um judeu e um muçulmano consigo na viagem. Assim é permitido interpretar sua fervorosa oração diante dos dois muros: o de Belém e o de Jerusalém. Assim se ousa entender seu discurso pedindo misericórdia pelo holocausto nazista que pode estender-se a todos os outros holocaustos que uma humanidade violenta insiste em continuar cometendo.
            Após esta peregrinação, as atitudes, os gestos e as palavras do Papa serão referência obrigatória para todas as iniciativas de diálogo, superação de conflitos e construção da paz. Os muros podem ser referências religiosas fundamentais para uma tradição, como é o caso do Muro das Lamentações.  Mas não podem nem devem ser barreira de cruel separação entre povos, religiões e pessoas, como é tristemente o caso do Muro de Belém.        

  Maria Clara Bingemer é professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio. A teóloga é autora de “O  mistério e o mundo –  Paixão por  Deus em tempo de descrença”, Editora  Rocco. 
                                                                                                                                      Copyright 2014 – MARIA CLARA LUCCHETTI BINGEMER – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização. Contato: agape@puc-rio.br>



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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Envelhecer Jovem





por Frei Betto
 O título pode parecer paradoxal, mas faz sentido. Hoje em dia quase ninguém curte a velhice. Ou se assume como velho. Mesmo quem já atingiu idade avançada costuma fazer questão de dar a impressão de ser mais jovem.

Chamar alguém de “velho” é quase uma ofensa. Eu, que velho estou, costumo brincar que sou “seminovo”, como em revendas de veículos. O carro é velho, mas o adjetivo ajuda a iludir o freguês.

Ficar velho está cada vez mais caro. Tanto para o governo, obrigado a arcar com o crescente número de aposentadorias e pensões, e atendimento pelo SUS, quanto para o cidadão, impelido a investir em plano de saúde, academia de ginástica, medicamentos fitoterápicos e alimentação saudável, como frutas e legumes orgânicos.
 Agora a Cellectis, empresa francesa de biotecnologia, coloca no mercado a iPS (sigla em inglês para designar células-tronco de pluripotência induzida). A última novidade em medicina regenerativa.
 Para produzir iPS basta introduzir quatro genes em células maduras e, assim, estas regridem ao estado de células-tronco. Esse processo, descoberto pelo cientista japonês Shinya Yamanaka, assegurou-lhe o prêmio Nobel de Medicina, em 2012. As células-tronco obtidas por esse método (iPS) teriam a mesma capacidade que caracteriza as células embrionárias: transformar-se em novos tecidos e órgãos.
 Quem deseja evitar a natural degradação de seu organismo e, desde já, estocar células da pele para que se tornem iPS, basta recorrer à empresa francesa Scéil, braço da Cellectis. A saúde em idade provecta não custa barato. A Scéil cobra US$ 60 mil (pouco menos de R$ 140 mil) para coletar as células, e uma taxa anual de US$ 500 (cerca de R$ 1,1 mil) para armazená-las. Por enquanto esse luxo está disponível apenas nos EUA, Reino Unido, Suíça, Dubai e Cingapura.
 “As pessoas devem poder viver jovens”, alardeia André Choulika, presidente da Cellectis. Por enquanto é um luxo adotar esse procedimento de recauchutagem genética, mas pode-se recorrer, a preços mais em conta, a cirurgias plásticas por mero capricho estético. De preferência em regiões predominantemente frias, para justificar o uso de cachecol e luvas. Pescoço e mãos são traiçoeiros à vaidade senil: denunciam que o nosso corpo e a nossa idade não são tão jovens quanto o rosto remodelado.
 No México, o Instituto de Medicina Regenerativa promete operar curas via células-tronco. Basta extrair 200 mililitros de gordura da coxa do paciente e, em seguida, colher cerca de 130 milhões de células-tronco para implantá-las no órgão enfermo. O procedimento custa, em média, US$ 13,5 mil (em torno de R$ 30 mil).
 Além de jovialidade perene, muitos buscam a imortalidade (sem entrar para academias de letras). Como o limite natural da célula humana é de 130 anos, há esperança de que, graças às células-tronco, haja possibilidade de substituir células envelhecidas, com prazo de validade vencido, por novas.
 O título de pessoa mais velha do mundo é atribuído à francesa Jeanne Calment, que viveu 122 anos (1885-1997). Passeou de bicicleta até os 100 anos, andou até os 115, e tinha o hábito de beber um copo de vinho e fumar um cigarro todo dia.
 O boliviano Carmelo Flores Laura, índio Aimara, alega ter 123 anos, graças às longas caminhadas como pastor de gado e ovelhas. Para o Guinness de Recordes, ninguém ainda superou a japonesa Misao Okawa, de 115 anos. A chinesa Alimihan Seyiti afirma ter 127 anos. Seus maiores prazeres são beber água gelada, e cantar e brincar com crianças.
 O curioso é que, em geral, vive muito quem não teme morrer. E sobretudo quem imprime à sua vida um sentido altruísta. A ansiedade de prolongar a existência a qualquer custo pode gerar na pessoa um estresse que lhe abrevia os dias.
 Vi na TV, há tempos, Datena entrevistando um casal longevo, habitantes da zona rural paulista. Ele com 111 anos, ela com 108. O marido se mostrava mais lúcido que a mulher. O entrevistador perguntou a ele a que atribuía tão longa existência. Dieta? “Adoro um torresminho”, reagiu o homem. E beber? Não se fez de rogado: “Uma cachacinha antes da comida cai muito bem.” E fumar?, perguntou Datena. “Fumar? Nem pensar. Parei desde os 108.”
 Importa na vida é ser feliz. E a felicidade não resulta da soma de prazeres nem do acúmulo de bens. É fruto do sentido que se imprime à existência.
 Frei Betto é escritor, autor de “O que a vida me ensinou” (Saraiva), entre outros livros

 http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.
Copyright 2014 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar divulgá-los, propomos assinar todos os artigos do escritor. Contato – MHGPAL – Agência Literária (mhgpal@gmail.com) 

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quarta-feira, 4 de junho de 2014

VAMOS ESPERAR PELO SÍNODO DOS BISPOS





   por  Juracy Andrade

Ao longo da história da Igreja, nunca deixou de haver santos e santas, independente de carimbos do Vaticano, realmente com espírito cristão e seguidores fiéis da mensagem de Jesus Cristo. Mesmo nas épocas mais tenebrosas para as comunidades cristãs, com papas imperadores e bispos príncipes, que tinham seus exércitos e massacravam os inimigos, também cristãos, em nome do Senhor. Se massacravam irmãos na fé, com muitos mais entusiasmo investiam contra muçulmanos, nas infames Cruzadas, e tornavam muito difícil a vidas das comunidades judaicas que habitavam em suas jurisdições. Como hoje faz o governo sionista contra os palestinos, que não são culpados pelo Holocausto. Sempre houve gente como Francisco de Assis, Vicente de Paulo, bem lembrados da partilha do pão dos tempos apostólicos, indissoluvelmente ligada à eucaristia. Uma não pode existir sem a outra e não dá para entender e aceitar que, hoje, haja cristãos com fome e cristãos milionários; que se faça política suja afirmando que é “democracia cristã”, como ocorreu por décadas na Itália; que cristãos de bater no peito e comungar aceitem gostosamente uma disparidade de renda imoral, como a que temos aqui no Brasil e por toda parte.
Quando eu estudava em Roma, vi a posse de uma nova fornada de cardeais. Era inverno brabo e, nas periferias pobres e favelas de Roma Gelsominas e Cabirias tiritavam de frio e fome. Enquanto isso, os cardeais se afogavam em púrpuras e banquetes capitaneados pelo imperial Pio 12. Estou só esperando para ver o Hermano Francisco acabar com essa incabível instituição medieval que rouba o papel do Colégio Apostólico e do Sínodo dos Bispos. Acredito que, em outubro, haverá grandes mudanças no Sínodo convocado pelo papa, ao qual bispos do mundo inteiro comparecerão com os resultados de uma pesquisa encomendada por ele a respeito de celibato, aborto e tantos outros temas controversos.
A recente visita de Francisco à Terra Santa nos mostrou claramente sua face de homem religioso e compassivo. Claro que suas palavras e atitudes tiveram repercussões políticas, mas ele não foi ali para apoiar a política sionista e estadunidense de fingir que está buscando a paz com os palestinos enquanto vai ocupando cada vez mais espaços do que restou aos árabes da Palestina. E o que ele disse, junto com seus gestos, foi no sentido de uma paz ampla e definitiva, que nada tem em comum com a hipocrisia do governo do Estado de Israel.
Faço aqui minhas algumas palavras do jornal Igreja Nova, que acompanho desde que o Vaticano, aconselhado por dom Eugênio Sales, nos enviou para Olinda e Recife um mau pastor que só causou escândalos ao povo de Deus:
“Desde João 23 não se via um pontificado tão esperançoso para os caminhos da Igreja Católica como o do papa Francisco. João 23 foi um divisor de águas entre o Concílio de Trento (1535) e a Igreja atual pós-Concílio Vaticano 2º (1962-65).  Materializando seu ideal de libertação, – ‘Abri as portas do Vaticano para que os ventos da história soprassem a poeira do trono de Pedro’ – João 23 aproximou a Igreja da realidade do mundo numa renovação jamais vista.
Agora temos o papa Francisco, outro divisor de águas, com um pastoreio tão surpreendente que desde a primeira hora de sua sagração tem suscitado constantemente frases do tipo: ‘Viram o que o papa fez?’, ‘Leram o que o papa escreveu?’, ‘Este papa é demais!’. Enfim, Francisco nos aparece como um bom pastor que conduz suas ovelhas com afeto, se preocupa com a que se perdeu e é, para os cristãos comprometidos, um irmão até muito íntimo. Que Deus o proteja!”.
E vamos esperar pelo Sínodo dos Bispos.


Juracy Andrade é jornalista com formação em filosofia e teologia
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terça-feira, 3 de junho de 2014

Cristo está dividido!




por Marcelo Barros


Para muita gente, a divisão entre as Igrejas cristãs e os conflitos entre as religiões são assuntos internos do clero e não dizem respeito ao mundo. No entanto, há alguns anos, Le Monde des Réligions, revista francesa, publicou que no mundo atual existem 36 guerras ou conflitos de caráter internacional ou de maior repercussão. Desses, mais de dois terços têm como motivo principal, ou pretexto, fatores religiosos. Judeus contra muçulmanos (palestinos) em Israel, hindus contra muçulmanos no sul da Índia, muçulmanos contra cristãos em algumas regiões do Egito e mesmo protestantes contra católicos na Irlanda do Norte, muçulmanos e cristãos ortodoxos na antiga Tchecoslováquia.

 Mesmo em países como o Brasil, onde não existem guerras e conflitos abertos entre religiões, diariamente, em alguma parte do Brasil, há notícias de discriminação e violências da parte de cristãos fundamentalistas contra pessoas ou grupos das religiões afrodescendentes. E esses atos de ódio e intolerância são cometidos em nome de Jesus que nunca discriminou ninguém e, ao contrário, elogiou a fé de uma mulher da religião cananeia, de um oficial romano e tomou um samaritano (herege) como modelo para uma de suas principais parábolas. 

Essa realidade de conflitos interculturais e inter-religiosos  confirma o que dizia o teólogo Hans Kung: “O mundo não terá paz se as religiões não se entenderem e, por motivos históricos e culturais, o diálogo entre as religiões não ocorrerá, se as Igrejas cristãs não se unirem”. Por isso, o movimento pela unidade das Igrejas e pelo diálogo e cooperação das religiões a serviço da paz e da justiça diz respeito a todas as pessoas de boa vontade que querem um mundo mais justo e fraterno.

Como está organizado no mundo, o movimento pela unidade dos cristãos tem pouco mais de cem anos. Como os cristãos acreditam que a unidade é um dom divino, a primeira ação para se viver o diálogo e a unidade é a oração. Por isso, uma das iniciativas mais importantes da pastoral ecumênica é a “Semana de oração pela Unidade dos Cristãos”. No Brasil, ela é celebrada sempre em preparação à festa de Pentecostes. Neste ano, ela ocorre nesta semana, de 02 a 08 de junho. É preparada e coordenada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), com o apoio da conferência dos bispos católicos (CNBB). Nesse ano, os subsídios preparatórios para as celebrações e cultos ecumênicos foram preparados por cristãos de várias Igrejas do Canadá. Eles têm como tema a palavra provocatória do apóstolo Paulo na carta aos coríntios: “Estará o Cristo dividido?” (1 Cor 1, 1- 13).
De fato, a Bíblia ensina que todos os discípulos/as de Jesus formam o Corpo de Cristo do qual Jesus é a cabeça e todos os cristãos formam o corpo. Assim sendo, ao se dividirem, as Igrejas dão um testemunho de que o próprio Cristo, embora não esteja, parece ao mundo como dividido.

Há 50 anos, na Igreja Católica, o Concílio Vaticano II promulgava o Decreto sobre a unidade dos cristãos. Esse documento começava dando os principais motivos pelos quais todo cristão tem de considerar prioritário e essencial o esforço para a unidade visível das Igrejas:

1o – a divisão é contrária à vontade de Deus.

            2o -  é um escândalo para o mundo (os cristãos pregarem o amor e eles mesmos serem divididos).
            3o – Por isso mesmo, a divisão é um obstáculo para a missão. (Jesus orou ao Pai: “Faze que todos os meus discípulos sejam Um para que o mundo creia!”(Jo 17, 19 – 21).

           No século III, Cipriano, pastor da Igreja de Cartago, ensinava: “A unidade abole a divisão, mas respeita as diferenças”. A unidade dos cristãos não visa a uniformidade de uma só instituição eclesiástica, mas a diversidade reconciliada de Igrejas irmãs, como um ensaio de um mundo de diálogo e de paz.   São Paulo escreveu aos efésios: “Há um só Senhor, uma só fé, um mesmo e único batismo (em todas as Igrejas). Nós cristãos, somos todos chamados a uma única esperança” (Ef 4, 1- 4).


Marcelo Barros, monge beneditino e teólogo católico é especializado em Bíblia e assessor nacional do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos, das comunidades eclesiais de base e de movimentos populares. É coordenador latino-americano da ASETT (Associação Ecumênica de Teólogos/as do Terceiro Mundo) e autor de 45 livros publicados no Brasil e em outros países.  

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