O Jornal On Line O PORTA-VOZ surgiu para ser o espaço onde qualquer pessoa possa publicar seu texto, independentemente de ser escritor, jornalista ou poeta profissional. É o espaço dos famosos e dos anônimos. É o espaço de quem tem alguma coisa a dizer.

sábado, 2 de julho de 2011

STELLA, ESTRELA-MÃE






por FREIBETTO



Minha mãe, Maria Stella Libanio Christo, aos 93 anos saiu do casulo e virou borboleta, no domingo, 19 de junho. Partiu ao encontro do Amado, pois nela transparecia, a quem a conheceu, profunda intimidade amorosa com Deus. Militante da Ação Católica desde a juventude até março deste ano, participou de reuniões e atividades da Renovação Cristã. Todos que a conheceram deixaram-se encantar por sua bondade, sua leveza de espírito, seu savoir vivre e o bom humor com o qual encarava a vida e suas adversidades. Repetia sempre: sofrimento não se reparte, alegria sim. Gostava de sair à noite, bebericar uma caipirinha, ir ao cinema e ao teatro.

Leitora voraz, assinava dois jornais e preferia romances e biografias a ensaios. Aos 60 anos, descobriu sua vocação literária. E a utilizou para propagar seus talentos culinários. Enfiou-se pelo interior de Minas, percorreu sítios e fazendas, fez entrevistas, coletou velhos e engordurados cadernos de receitas, adquiriu livros raríssimos de culinária brasileira, como O cozinheiro nacional (1885), o segundo livro de gastronomia publicado no Brasil. Pesquisou três séculos da cultura mineira e publicou o clássico “Fogão de Lenha – 300 anos de cozinha mineira” (Garamond).

Vieram em seguida mais sete livros sobre os prazeres da mesa. Convidada a demonstrar sua arte culinária em outros países, cozinhou para chefes de Estado e autoridades, diplomatas brasileiros e participantes de festivais de gastronomia na Itália, França, Áustria, Rússia e Cuba. Em Belo Horizonte, onde residia, deu curso de culinária para varredoras de rua, do qual resultou o livro “Cozinha Popular” (Vozes). A renda de “Hora do Lanche”, com receitas leves para substituir o jantar, ela doou para a reeducação de meninos de rua.

No grupo escolar do bairro Nova Cintra, na capital mineira, minha mãe encontrou mulheres em tratamento psiquiátrico provocado pelo trauma da falta de comida em casa. Organizou com elas uma horta comunitária, que abasteceu as famílias e proporcionou a venda dos produtos excedentes na porta da escola. Mulher doce, afável, cativante, encarava pessoas e situações sempre pelo lado positivo. Nada parecia transtorná-la.

Mostrava-se sempre de bem com a vida e, em cinco minutos, ficava amiga de infância de quem acabara de conhecer. Transvivenciou como viveu: em casa, cercada pelos filhos e parentes, na suavidade do voo de um pássaro exaurido em seu canto. Sabia que seu fim chegara e dizia que a hora demorava a chegar.

“São Pedro perdeu minha ficha”, queixava-se. Certa madrugada, há poucos dias, desculpou-se por ter me acordado. Disse estar feliz por ver os filhos todos unidos e que desejava partir... “Partir para onde?”, perguntei. “Para lá”... e apontou para o alto. Respondi que não era hora ainda. Não devíamos nos antecipar aos desígnios de Deus. Casada durante 63 anos, deixou sete filhos, 16 netos e 15 bisnetos. Maior que a dor da perda é a gratidão a Deus pelo dom de uma vida tão plena em dedicação, realizações e fé, e dos frutos que semeou.


Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Maria Stella Libanio Christo, de “Fogãozinho – culinária em histórias infantis” (Mercuryo Jovem), entre outros livros.

Copyright 2011 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)

SUSTENTABILIDADE E CUIDADO: UM CAMINHO A SEGUIR




por LEONARDO BOFF




Há muitos anos, venho trabalhando sobre a crise de civilização que se abateu perigosamente sobre a humanidade. Não me contentei com a análise estrutural de suas causas, mas, através de inúmeros escritos, tratei de trabalhar positivamente as saidas possíveis em termos de valores e princípios que confiram real sustentatibilidade ao mundo que deverá vir. Ajudou-me muito, minha paricipação na elaboração da Carta da Terra, a meu ver, um dos documentos mais inspiradores para a presente crise.

Esta afirma:”o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal”.Dois valores, entre outros, considero axiais, para esse novo começo: a sustentabilidade e o cuidado.A sustentabilidade, já abordada no artigo anterior, significa o uso racional dos recursos escassos da Terra, sem prejudicar o capital natural, mantido em condições de sua reprodução, em vista ainda ao atendimento das necessidades das gerações futuras que também têm direito a um planeta habitável.

Trata-se de uma diligência que envolve um tipo de economia respeitadora dos limites de cada ecossistema e da própria Terra, de uma sociedade que busca a equidade e a justiça social mundial e de um meio ambiente suficientemente preservado para atender as demandas humanas.Como se pode inferir, a sustentabilidadae alcança a sociedade, a política, a cultura, a arte, a natureza, o planeta e a vida de cada pessoa.

Fundamentalmente importa garantir as condições físico-químicas e ecológicas que sustentam a produção e a reprodução da vida e da civilização. O que, na verdade, estamos constatando, com clareza crescente, é que o nosso estilo de vida, hoje mundializado, não possui suficiente sustentabildade. É demasiado hostil à vida e deixa de fora grande parte da humanidade. Reina uma perversa injustiça social mundial com suas terríveis sequelas, fato geralmente esquecido quando se aborda o tema do aquecimento globl.

A outra categoria, tão importante quanto a da sustentabilidade, é o cuidado, sobre o qual temos escrito vários estudos. O cuidado representa uma relação amorosa, respeitosa e não agressiva para com a realidade e por isso não destrutiva. Ela pressupõe que os seres humanos são parte da natureza e membros da comunidade biótica e cósmica com a responsabilidade de protege-la, regenerá-la e cuidá-la.

Mais que uma técnica, o cuidado é uma arte, um paradigma novo de relacionamento para com a natureza, para com a Terra e para com os humanos. Se a sustentabilidade representa o lado mais objetivo, ambiental, econômico e social da gestão dos bens naturais e de sua distribuição, o cuidado denota mais seu lado subjetivo: as atitudes, os valores éticos e espirituais que acompanham todo esse processo sem os quais a própria sustentabilidade não acontece ou não se garante a médio e longo prazo. Sustentabilidade e cuidado devem ser assumidos conjutamente para impedir que a crise se transforme em tragédia e para conferir eficácia às praticas que visam a fundar um novo paradigma de convivência ser-humano-vida-Terra.

A crise atual, com as severas ameaças que globalmente pesam sobre todos, coloca uma improstergável indagação filosófica: que tipo de seres somos, ora capazes de depredar a natureza e de por em risco a própria sobrevivência como espécie e ora de cuidar e de responsabilizar-nos pelo futuro comum? Qual, enfim, é nosso lugar na Terra e qual é a nossa missão?

Não seria a de sermos os guardiães e e os cuidadores dessa herança sagrada que o Universo e Deus nos entregaram que é esse Planeta, vivo, que se autoregula, de cujo útero todos nós nascemos?É aqui que, novamente, se recorre ao cuidado como uma possível definição operativa e essencial do ser humano.

Ele inclui um certo modo de estar-no-mundo-com-os-outros e uma determinada práxis, preservadora da natureza. Não sem razão, uma tradição filosófica que nos vem da antiguidade e que culmina em Heidegger e em Winnicott defina a natureza do ser humano como um ser de cuidado. Sem o cuidado essencial ele não estaria aqui nem o mundo que o rodeia. Sustentabilidade e cuidado, juntos, nos mostram um caminho a seguir.

VALDEMIRO, SOLIDARIEDADE SEM LIMITES





por MARCELO SANTA CRUZ





Valdemiro Pereira Barros e eu ingressamos juntos na Faculdade de Direito da UFPE, em 1966, e deveríamos ter concluído o curso em 1970, caso não houvesse, nesse meio tempo, um incidente de percurso. Em dezembro de 1968, o Regime Militar então vigente baixou o Ato Institucional Nº5; e também, visando o meio estudantil, o Decreto Lei 477.

Aquele instrumento punia alunos e professores que lutavam pelas liberdades democráticas com pena de expulsão e proibição de ingresso em qualquer estabelecimento de ensino do País, pelo prazo de três anos.

Valdemiro, Eneida Melo Correia de Araújo, Marlene Diniz Vilanova, José Áureo Bradley e eu fomos atingidos pelo famigerado 477, em setembro de 1969.Nós todos, exceto Eneida, exilamo-nos, então, em Portugal, onde conseguimos matrícula na Universidade Clássica de Lisboa. Lá dividíamos o mesmo teto, partilhávamos a mesma mesa, e eu tive o privilégio de desfrutar de perto da companhia e da amizade de Valdemiro.

A generosidade dele não conhecia limites e manifestava-se de forma indiscriminada, sem que fosse solicitada. Era tão grande como seu amor pela noiva, Clélia, que ficara no Brasil. Seis meses depois, entretanto, o SNI, Serviço Nacional de Informações da ditadura brasileira, nos descobriu e exigiu providências do governo português, a época também uma ditadura, comandada por Marcelo Caetano.

Nossas matrículas foram novamente canceladas e fixado o prazo de 72 horas para que deixássemos o país. Valdemiro, Marlene e José Áureo tomaram o difícil caminho da volta, enquanto eu segui para Louvain, na Bélgica, onde vivi por um ano, trabalhando como operário.A última vez que estive com Valdemiro foi no dia sete de abril próximo passado. Por coincidência, no dia seguinte eu estaria viajando para Portugal, quarenta e dois anos depois da nossa estada por lá, para participar como representante do Parlamento Metropolitano do Recife de um Seminário Internacional sobre Erosão Costeira.

Mas estávamos apressados e combinamos nos reencontrar, na minha volta, para finalizarmos a conversa. Quando retornei, no dia vinte, recebi a fatídica notícia da sua morte. Valdemiro sofrera um infarte no dia oito, exatamente quando eu cruzava o oceano, carregado das recordações daquele tempo, avivadas por ele. Um tempo de chumbo, certamente, de perseguições, de arbitrariedades, de violência.

Mas, também, de companheirismo, de solidariedade, de doação, de despreendimento, virtudes que se vêem muito pouco atualmente, e ainda menos num grau tão elevado como aquele que Valdemiro possuía. Ele se foi, mas o seu exemplo continua vivo e presente.


Marcelo Santa Cruz é advogado e vereador da cidade de Olinda


Twitter : @marcelo_stacruz

Siga-me: facebook e orkut

NAMORAR…UMA DAS BOAS COISAS DA VIDA




por Maria Clara Lucchetti Bingemer,




O mundo está desencantado, dizem os sociólogos. Já não tem mais a povoá-lo uma miríade de deuses, seres fabulosos e milagrosos, fadas, duendes, semideuses e demiurgos. A modernidade defrontou o ser humano com a dura realidade que começa e termina biologicamente no recorrente ciclo do nascer, crescer, desenvolver-se, procriar, declinar e morrer. E parece longe a exclamação do filósofo Tales de Mileto, 5000 anos antes de Cristo: “O mundo está cheio de deuses”.

O mundo não está cheio de deuses, não se encontra mais habitado pela Transcendência que o “encante” e maravilhe. Está desencantado e finito, sem nada que permita ao ser humano deslumbrar-se, sonhar e autotranscender-se. No entanto, há brechas nesta implacável imanência em que se transformou o mundo: o amor humano, muito especialmente o amor entre o homem e a mulher. Por isso, o dia dos namorados relembra isso, que é uma das mais maravilhosas coisas da vida: namorar, ou seja, segundo o dicionário Houaiss, encantar-se por outra pessoa e empenhar-se por sua vez em encantá-la.

É fato que o namoro hoje é bem diferente de antes. Tudo já é experimentado de antemão, os preâmbulos (tão bons e encantadores, meu Deus!) são dispensados. Vai-se direto aos finalmente, apressando demais o ritmo de algo que deve ser fruido a cada etapa, degustado e saboreado. Mas não importa. Seja ou não assim, não ajuda tampouco chorar sobre leite entornado e viver nostálgico dos “bons tempos”. Que, aliás, não eram tão perfeitos, pois também apresentavam seus problemas.

Em todo caso, o namoro continua acontecendo. Ou seja, as pessoas (pelo menos algumas) continuam se encantando, se enamorando, passando noites acordadas só para pensar na pessoa amada. Os corações ainda batem em ritmo acelerado ao ver aquele que enamora e que passa a ser único em meio a qualquer multidão. Ainda desejam viver a aventura do enamorar-se, do apaixonar-se, do encantar-se. E de “curtir” profundamente este amor, no qual a aproximação física e psíquica, baseada sobre uma atração recíproca, e que cresce com a convivência e o mútuo conhecimento, aspira à continuidade.

Em tempos de volatilidade e relações líquidas como os nossos, investir no namoro, acreditar no amor, valorizar a relação firme e profunda é certamente um belo desafio. Excitante e estimulante. Pois nem só de suspiros e olhares sedutores e mãos geladas e coração batendo vive o namoro. Vive também de entrega profunda , de fidelidade reiterada e confirmada, dia após dia, de confiança renovada, de perdão doado talvez mais de uma vez. Pois se não se é capaz de se perdoar a quem se ama, se o orgulho é mais forte do que o amor, como essa relação espera sobreviver aos muitos embates da vida e à finitude e fragilidade dos parceiros?

Namorar é bom. É mesmo uma das boas coisas da vida. Namoremos pois. Mas levando a sério o namoro. Fruindo de seu encantamento, porém também sabendo que até o encanto tem um preço. E o preço é o de estar muitas vezes disposto a dar mais do que receber. A perdoar mais de uma vez. A viver o encantamento da paixão mas também a doação da maturidade, quando a paixão se transformou em calmo sentimento de companheirismo, amizade, dedicação.

Um mundo desencantado? Não enquanto houver namorados. Não enquanto houver pessoas capazes de se apaixonar e não considerar a paixão um episódio momentâneo, mas como uma graça recebida que deve ser cultivada com muito amor e carinho. Feliz dia dos namorados a todos e todas que podem nomear o amor que sentem. É uma graça infinita que deve ser vivida com responsabilidade.


Maria Clara Bingemer é professora do departamento de teologia da PUC-Rio e autora de "Deus amor: graça que habita em nós” (Editora Paulinas), entre outros livros. Copyright 2011 – MARIA CLARA LUCCHETTI BINGEMER - É proibida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)

EM BUSCA DA TERRA PROMETIDA





por MARCELO BARROS



Um dos fenômenos que mais caracterizam este começo de século tem sido o aumento considerável da onda de migrantes que percorrem o mundo inteiro. São milhões de pessoas que fogem de guerras e conflitos sangrentos que assolam o Oriente Médio, a África e mesmo a América Latina. Muitos são vítimas de outro tipo de guerra: o flagelo da injustiça social e da pobreza, nos últimos anos, agravada no mundo inteiro. Além disso, tem crescido o número de “refugiados ambientais”, pessoas que perdem casas e bens por causa de inundações, terremotos e outras tragédias ambientais.

Como a maioria é clandestina, não se consegue saber o número exato dos migrantes no mundo. A ONU calcula que sejam mais de 600 milhões. Só na América Latina, 26 milhões de pessoas vivem fora de seus países de origem. O Brasil abriga oficialmente 850 mil estrangeiros. Na realidade, o número é bem maior. No entanto, nosso país que se via como terra de chegada, viu multiplicar-se, nestes anos, o número de brasileiros que partem para tentar a vida em outros países. “Migrantes e refugiados não escolhem lugar de moradia. Vão para onde conseguem ficar”, afirma Luiz Fernando Godinho, encarregado do organismo das Nações Unidas para os refugiados (Acnur).

Brasileiro tem fama de ser acolhedor e o país tem uma das legislações mais abertas com relação a migrantes e refugiados. Em 2009, o Ministério da Justiça decretou uma anistia aos migrantes clandestinos no país. A partir daí foram registrados legalmente 41.816 estrangeiros. Entretanto, para conseguir a permissão de permanência no Brasil, um estrangeiro tem de apresentar documentos que comprovem emprego legal com carteira assinada, ou propriedade de bens suficientes à manutenção pessoal e da família. Como vão conseguir isso os milhares de migrantes que vendem coisas nas ruas das grandes cidades ou os bolivianos que trabalham em indústrias de tecido nos barracões de São Paulo?

Infelizmente, as pesquisas não confirmam o bom acolhimento dos brasileiros. Africanos refugiados no Brasil afirmam sofrer discriminação racial. Latino-americanos de países vizinhos só conseguem trabalhos como estrangeiros clandestinos. Jovens declaram ser pressionadas à prostituição, ou a serviços degradantes.

Desde 1979, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) decidiu celebrar o “Dia dos Migrantes” no dia 25 de junho ou no domingo mais próximo a este dia. A cada ano, o Serviço de Pastoral dos Migrantes propõe um tema de debate e aprofundamento. Neste ano, em ligação com a Campanha da Fraternidade, o tema proposto é “Migração e Meio-ambiente”, o que, no Brasil, nos recorda as milhares de pessoas que perderam casas e bens com as recentes inundações no Sul, no Norte, no Nordeste e agora em Roraima. Além disso, recordamos as aldeias indígenas deslocadas e inúmeras pessoas transferidas de seu lugar de origem pela hidroelétrica de Belo Monte, no Pará.

Em 1948, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, as Nações Unidas já consideravam direito de qualquer pessoa migrar de um país a outro. É importante que superemos os nacionalismos estreitos e consideremos a terra inteira como pátria de toda a humanidade. Do outro lado, a imensa maioria dos migrantes se sente forçada a migrar. Isso significa que se organizarmos um mundo de paz e justiça para todos, ninguém precisará deixar sua terra natal para viver melhor em outro local.

As festas juninas que, nestes dias, tomam conta de boa parte do Brasil, ao satirizar casamentos na roça e, nas quadrilhas, brincar com os bailes na corte, revelam uma dimensão crítica. Que possam ser instrumento de união da sociedade civil para tomar posição pela justiça e pelo direito de todos.