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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Promessas para o ano novo




Por Marcelo Barros


Nesses dias, muitas pessoas procuram oráculos que consultam búzios ou cartas para predizer como será o ano novo. A busca por uma vida mais feliz e de paz é justa e Deus abençoa. A Bíblia guardou a memória de pessoas que procuravam prever o futuro. Uma das mais antigas profecias da vinda do Messias foi feita por Balaão, vidente estrangeiro que profetizou para o povo de Israel a vitória sobre seus inimigos (Livro dos Números, 22 – 24). 

Desde os tempos antigos, no mundo inteiro, muitas comunidades festejam a mudança de ano com um banho regenerador que simboliza renovação interior. Até hoje, multidões se aglomeram nas praias para saudar o novo ano. Em outras culturas, as pessoas vestem roupas novas para simbolizar que assumem posturas novas de vida. Há também regiões nas quais o ano novo é celebrado com refeições cultuais. Existem alimentos específicos do ano novo, como, por exemplo, em alguns países da Europa, saborear ostras. Estas vêm fechadas e se abrem, assim como o mistério do tempo que, no 1º de janeiro, pode iniciar uma época nova para quem a acolhe.    

Todos esses costumes são válidos, desde que não vivamos o ano novo apenas como um dia que o calendário traz e, assim como chegou, em breve, terá passado. As Igrejas cristãs costumam falar em “ano da graça de 2014”. É um modo de dizer que o importante do tempo não é a contagem quantitativa, mas a sua densidade. Paulo escreveu à comunidade cristã de Roma que “a escuridão da noite quase passou e o dia está chegando. Devemos, então, ser como pessoas que despertam na madrugada e organizam suas vidas não como quem vive na escuridão e sim à luz do dia (Rm 13, 13). É um modo de dizer que temos de ser lúcidos (o próprio termo lucidez vem de luz), aprimorar o espírito crítico e refinar a consciência para saborear a vida como algo sempre novo e que nos leva à comunhão com os outros e com a natureza. 

Na Bíblia, com o passar do tempo, aqueles que o povo bíblico chamava de videntes e adivinhos passaram a ser chamados de profetas. O profeta ou profetiza procura não somente predizer a sorte das pessoas, mas descobrir qual a promessa de Deus para o tempo novo que se aproxima. Em geral, eles se preocupam com a vida, a saúde e o bem estar de cada pessoa, mas ligam isso com a vida e o bem de todo o povo. Desde os tempos imemoriais, as festas de mudança do ano dão lugar a predições, mas também a promessas e desejos de felicidade no ano novo. Evidentemente, ninguém muda a história só pela força do desejo, mas esse pode sim criar uma mística transformadora. Na sociedade internacional (ONU) e na Igreja Católica, o dia 1 de janeiro é dedicado à oração e reflexão pela paz do mundo e pela irmandade entre os povos. 

Para o Brasil, 2014 será um ano eleitoral no qual deveremos eleger nossos representantes no governo federal (presidente) e nos Estados, além de boa parte do legislativo.  Sem dúvida, as transformações sociais e políticas mais substanciais só podem vir da sociedade civil e dos movimentos do povo organizado. Entretanto, é importante um governo que dialogue com os movimentos sociais e se ponha verdadeiramente como nosso representante e como defensor, principalmente, das parcelas mais frágeis e sem voz da população. 

Nossos votos de feliz ano novo serão mais eficazes se forem acompanhados de instrumentos para que o povo brasileiro se torne mais capaz de uma visão crítica da realidade e progrida no caminho da integração latino-americana sonhada por Simon Bolívar. Assim, conquistemos uma pátria grande de justiça, paz e comunhão com a natureza.   
 
MARCELO BARROS é monge beneditino e escritor. Tem 45 livros publicados, entre os quais “O Amor fecunda o Universo (Ecologia e Espiritualidade) com co-autoria de Frei Betto. Ed Agir, 2009.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O funesto império mundial das corporações



Por Leonardo Boff

                                                        

 O individualismo, marca registrada da sociedade de mercado e do capitalismo como modo de produção e sua expressão política o (neo)liberalismo, revelam toda sua força mediante as corporações nacionais e multinacionais. Nelas vigora cruel competição dentro da lógica do ganha-perde.
Pensava-se que a crise sistêmica de 2008 que afetou pesadamente o coração dos centros econômico-financeiros nos USA e na Europa, lá onde a sociedade de mercado é dominante e elabora as estratégias para o mundo inteiro, levasse a uma revisão de rota. Ainda mais que não se trata apenas do futuro da sociedade de mercado mundializada mas de nossa civilização e até de nossa espécie e do sistema-vida.

Muitos como J. Stiglitz e P. Krugman esperavam que o legado da crise de 2008 seria um grande debate sobre que tipo de sociedade queremos construir. Enganaram-se rotundamente. A discussão não se deu. Ao contrário, a lógica que provocou a crise foi retomada com mais furor.

Richard  Wilkinson, epidemiologista inglês e um dos maiores especialistas sobre o tema desigualdade  foi mais atento e dissse, ainda em 2013 numa entrevista ao jornal Die Zeit da Alemanha: ”a questão fundamental é esta: queremos ou não verdadeiramente viver segundo o princípio que o mais forte se apropria de quase tudo e o mais fraco é deixado para trás?”.

Os super-ricos e super-poderosos decidiram que querem viver segundo o princípio darwinista do mais forte e que se danem os mais fracos. Mas comenta Wilkinson: “creio que todos temos necessidade de uma maior cooperação e reciprocidade, pois as pessoas desejam uma maior igualdade social”. Esse desejo é intencionalmente negado por esses epulões.

Via de regra, a lógica capitalista é feroz: uma empresa engole a outra (eufemisticamente se diz que se fizeram fusões). Quando se chega a um ponto em que só restam apenas algumas grandes, elas mudam a lógica: ao invés de se guerrearem, fazem entre si uma aliança de lobos e comportam-se mutuamente como  cordeiros. Assim articuladas detém mais poder, acumulam com mais certeza para si e para seus acionistas, desconsiderando totalmente o bem da sociedade.

A influência política e econômica que exercem sobre os governos, a maioria muito mais fracos que elas, é extremamente constrangedor, interferindo no preço das commodities, na redução dos investimentos sociais, na saúde, educação, transporte e segurança. Os milhares que ocupam as ruas no mundo e no Brasil intuíram essa dominação de um novo tipo de império, feito sob o lema: ”a ganância é boa” (greed is good) e “devoremos o que pudermos devorar”.

Há excelentes estudos sobre a dominação do mundo por parte das grandes corporações multilaterais. Conhecido é o do economista norte-americano David Korten ”Quando as corporações regem o mundo”(When the Corporations rule the World, Berret-Koehler Publisher 1995/2001)). Mas fazia falta  um estudo de síntese. Este foi feito pelo Instituto Suíço de Pesquisa Tecnológica (ETH)” em Zurique em 2011 que se conta entre os mais respeitados centros de pesquisa, competindo com MIT. O documento envolve grandes nomes, é curto, não mais de 10 páginas e 26 sobre a metodologia para mostrar a total transparência dos resultados. Foi resumido pelo Professor de economia da PUC-SP Ladislau Dowbor em seu site. Baseamo-nos nele.

Dentre as 30 milhões de corporações existentes, o Instituto selecionou 43 mil para estudar melhor a lógica de seu funcionamento. O esquema simplificado se articula assim: há um pequeno núcleo financeiro central que possui dois lados: de um,  são as corporações que compõe o núcleo e do outro, aquelas que são controladas por ele. Tal articulação cria uma rede de controle corporativo global. Esse pequeno núcleo (core) constitui uma super-entidade(super entity). Dele emanam os controles em rede, o que facilita a redução dos custos, a proteção dos riscos, o aumento da confiança e, o que é principal, a definição das linhas da economia global que devem ser fortalecidas e onde.

Esse pequeno núcleo, fundamentalmente de grandes bancos, detém a maior parte das participações nas outras corporações. O topo controla 80% de toda rede de corporações. São apenas 737 atores, presentes em 147 grandes empresas. Ai estão o Deutsche Bank, o J.P. Morgan Chase, o UBS, o Santander, o Goldes Sachs, o BNP Paribas entre outros tantos. No final menos de 1% das empresas controla 40% de toda rede.

Este fato nos permite entender agora a indignação dos Occupies  e de outros que acusam que 1% das empresas faz o que quer com os recursos suados de 99% da população. Eles não trabalham e nada produzem. Apenas fazem mais dinheiro com dinheiro lançado no mercado da especulação.

Foi esta absurda voracidade de acumular ilimitadamente que gestou a crise sistêmica de 2008. Esta lógica aprofunda cada vez mais a desigualdade e torna mais difícil a saída da crise. Quanto de desumanidade aquenta o estômago dos povos? Pois tudo tem seu limite nem a economia é tudo. Mas agora nos é dado ver as entranhas do monstro. Como diz Dowbor: ”A verdade é que temos ignorado o elefante que está no centro da sala”.  Ele está quebrando tudo, cristais, louças e pisoteando pessoas. Mas até quando? O senso ético mundial nos assegura que uma sociedade não pode subsistir por muito tempo assentada sobre a super exploração, a mentira e a anti-vida.

A grande alternativa é oferecida por David Korten que tem trabalhado com Joanna Macy, uma das mais comprometidas educadoras com o novo paradigma e com um futuro diferente e otimista do mundo. A grande virada (The Great Turning) se dará com a passagem do paradigma “Império” para o da “Comunidade da Terra”. O primeiro dominou nos últimos cinco mil anos. Agora chegou seu ponto mais baixo de degradação. Uma virada salvadora é a renúncia ao poder como dominação imperial  sobre e contra os outros na direção de uma convivência de todos com todos na única “Comunidade da Terra”, na qual seres humanos e demais seres da grande comunidade de vida convivem, colaboram e juntos mantém uma Casa Comum hospitaleira e acolhedora para todos. Só nesta direção poderemos garantir um futuro comum, digno de ser vivido.



Leonardo Boff escreveu Cuidar da Terra, proteger a vida: como evitar o fim do mundo, Record, Rio 2010.

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Festa de Aniversário



 Por Maria Clara Bingemer 

 
 
          O Papa Francisco acordou dia 17 de dezembro de 2013 um ano mais velho.  São 77 anos bem vividos, a maior parte deles a serviço do povo de Deus ao qual se consagrou, seguramente objeto de sua ação de graças ao Deus que o criou e a quem agradece o grande presente da vida.

          É o seu primeiro aniversário como bispo de Roma e recebeu carinhosas felicitações e presentes de fiéis e admiradores do mundo inteiro.  Desde uma canção que lhe ofereceu a grande cantora italiana Laura Pausini até a vigília ininterrupta durante 24 horas diante do Santíssimo Sacramento que os jovens de Roma, sua diocese, lhe deram de presente.

          Celebrado e querido no mundo inteiro por seu estilo diferente, comunicativo, amigo e próximo às pessoas, Francisco tem sido elogiado e olhado com sincera admiração.  Sua passagem pelos países que visitou, entre eles o Brasil (onde esteve na cidade do Rio de Janeiro durante a Jornada Mundial da Juventude no último mês de julho) tem surpreendido os analistas mais céticos.  É realmente uma personalidade carismática, que arrasta corações com seu estilo despojado e alegre.

          Mesmo a mídia teve que curvar-se ao charme do Papa.  Capa da revista Time como personalidade do ano e do periódico The New Yorker, o Pontífice encontrou um lugar de destaque nos corações não apenas dos católicos, mas de todos os habitantes do planeta.  É compreensível que sua data natalícia tenha atraído gestos e manifestações de carinho as mais diversas.

          No entanto, o que mais chama a atenção neste  aniversário do Papa é a maneira como quis começar seu dia festivo.  Organizou uma celebração inusitada e que certamente deve ter surpreendido a muitos. Pela manhã, o aniversariante mandou chamar, através do arcebispo Konrad Krajewski, que se encontra à frente do "serviço de primeiros socorros" do Vaticano e se ocupa das esmolas aos pobres que vivem nos muros do Vaticano, quatro moradores de rua que permanecem nas vizinhanças da Casa Santa Marta, onde o Papa reside e diariamente preside missa pela manhã. 

         A missa papal teve novos convidados - os quatro mendigos sem teto - que participaram da Eucaristia e, em seguida, tomaram café da manhã festivo com o pontífice no refeitório da residência papal.

          O mundo inteiro pode, portanto, ver Francisco colocando em prática aquilo que prega em seus discursos: partilhar sua mesa, sua intimidade, sua festa de aniversário em clima de afeto familiar com quatro mendigos.  Com isso, torna-se bem próximo do Evangelho de Jesus de Nazaré, que não hesitava em fazer comunhão de mesa com ladrões, publicanos e prostitutas, começando pelo próprio grupo que o seguia. 

          Mas também corrobora suas declarações recentes na entrevista que concedeu ao jornal La Stampa, na qual se mostra extremamente preocupado e mobilizado com a tragédia da fome no mundo. Convicto de que essa tragédia tem solução se houver a cooperação de todos, Francisco exorta os católicos a darem de comer aos famintos, como manda o Evangelho de Jesus.

          Certo de que com os alimentos desperdiçados diariamente se poderia dar de comer a muitas pessoas e fazer com que as crianças famintas não chorem mais com seus estômagos vazios, Francisco clama para que as pessoas se unam, independentemente de credo, ideologia, grupo de pertença, para atacar esse problema maior que escandaliza o mundo de hoje.

          Essa centralidade dos pobres e necessitados em sua vida explica bem a razão pela qual o Papa, em seu aniversário, resolveu fazer-se acompanhar pelos mendigos sem teto das ruas de Roma em lugar de chefes de governo e pessoas da alta sociedade romana, como poderia tê-lo feito.  Com este gesto quis mostrar claramente ao mundo o que significa ser discípulo de Jesus Cristo.  Trata-se de priorizar concretamente aqueles que ninguém prioriza; ser a voz dos que não têm voz nem ninguém que fale por eles: tornar-se advogado dos que se encontram mais desamparados. 

          Esta é a melhor maneira deste argentino vindo do fim do mundo e que conhece a pobreza por ter convivido com os pobres lado a lado celebrar o dom da vida.  Partilhar a mesa com esses que ninguém convida a estar presentes para tomar parte em uma refeição.  Fazer comunhão de mesa, segundo a Bíblia, é fazer comunhão de vida.  Francisco sabe disso e quer que todos saibamos e  pratiquemos.

          Feliz aniversário, Santidade!  E continue a edificar-nos e a recordar-nos o coração do Evangelho.



 Maria Clara Bingemer, Professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio,  teóloga e autora de “Ser cristão hoje" (Editora Ave Maria).



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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Com Jesus, faça-se hoje menino



Por Frei Betto


      Natal é festa de infância, ainda que tenhamos 90 ou 100 anos. A criança que fomos jamais morre em nós. Ao longo do tempo, ela inclusive nos salva da aridez da vida quando, na memória, a evocamos. São inesquecíveis as pessoas que cobriram nossa infância de carinho e cuidados.

      Falo por mim em meados do século XX, criança na Belo Horizonte com menos de 1 milhão de habitantes, toda arborizada e adornada de pulseiras de prata: os trilhos dos bondes. O tempo espreguiçava, e com tantas ladeiras e sem tantos prédios os olhos podiam admirar a policromia do crepúsculo que faz jus ao nome da cidade.

      Na Serra do Curral, escalávamos o pico, ponteado pela cruz que a mineração predatória decepou. No Parque Municipal, alugávamos canoas e aprendíamos a remar. No quintal dos Dolabella, nos fartávamos de mangas. No canteiro gramado, que dividia as pistas da Avenida do Contorno, jogávamos peladas. No Minas Tênis Clube, seu Macedo nos ensinava a nadar e a dominar cavaletes, barras e argolas de exercícios físicos. No Cine Pathé, as matinês de domingo protegiam no escurinho os primeiros namoricos. Ao fim da tarde, o incomparável sorvete de seu Domingos (que perdura e deveria ser tombado pelo Patrimônio Gastronômico Mineiro).

      O Natal se revestia de caráter religioso. Eram audíveis os sinos das igrejas, destacando-se o carrilhão da igreja do Carmo. Escrevíamos cartas a Papai Noel, para garantir os presentes, mas tínhamos plena convicção de que se tratava da festa de nascimento de Jesus. Na sala de casa, o presépio à luz da árvore toda enfeitada. No centro da cidade, a exposição do magnífico Presépio do Pipiripau (hoje no Museu de História Natural da UFMG), que encanta crianças e adultos. À noite, Missa do Galo, seguida da ceia em família, na qual jamais faltava rabanada.

      Viramos adultos, e muitos de nós ficaram indiferentes à religião e insensíveis à liturgia. Deixamos que a papainoelização da data obscurecesse sua origem cristã. Filhos e netos já nem sabem recitar de cor uma oração. O que era alegria de uma festa virou ânsia consumista para, inclusive, tentar encobrir nosso débito com outrem: já que não me faço presente, dou-lhe presente.
      O que era expectativa, advento, agora é preocupação de não esquecer ninguém a quem nos sentimos na obrigação de presentear. O que deveria ser gratuidade, torna-se compulsório. E somos tomados pela fissura de, seis dias depois, celebrar o réveillon, empanturrando-nos de comidas, bebidas e novos propósitos. Há que aproveitar o verão e as férias das crianças para sair de casa, viajar, descansar do trabalho, em busca de lazer na praia, no campo ou em algum recanto turístico, enfrentando estradas perigosas e preços abusivos.

      Que tal uma viagem à criança que fomos? Se ousássemos, tudo ficaria mais simples. Livres de preconceitos, seríamos e faríamos os outros mais felizes. Talvez aquele amigo prefira uma boa conversa do que o presente embalado sob selo de grife. Despojados de agressividade, ciúme e inveja, não haveríamos de discriminar ninguém. Prestaríamos inclusive atenção naqueles que se privam das boas festas para garantir as nossas: garçons, cozinheiras, camareiras, faxineiras, guardas rodoviários, porteiros e seguranças. 

      Então, sim, nossos corações, quais presépios, estariam abertos e prontos a acolher Deus que se fez um de nós no Menino de Belém.

Frei Betto é escritor, autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros.


http://www.freibetto.org/>    twitter:@freibetto.

Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar divulgá-los, propomos assinar todos os artigos do escritor. Contato – MHGPAL – Agência Literária (mhgpal@gmail.com)  

 
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