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domingo, 11 de junho de 2023

O MEU PEDACINHO DE SERTÃO

 



O meu pedacinho de sertão é lá,

Lá onde o Pajeú corre, e as vezes, morre

Mas ressuscita na nova invernada…

Trago de lá, bem dentro de mim

O som da saudade de vozes que não ouvi…

Casa alpendrada, viveiro de passarinhos

Onde também dormiu um irmão meu…

Trago de lá, o som da saudade de risadas soltas descendo desembaladas as ladeiras do

lugar…

Trago o som da saudade das conversas preguiçosas nas calçadas em frente à lua cheia…

Trago tão forte de lá, o som da saudade desse silêncio intenso quebrado

Pelo pio da coruja,

Enquanto, ainda no útero, sentia a tristeza e medo de minha mãe…

De lá, Trago também o som da saudade da bodega da esquina onde versos e canções

saltavam de improviso

E o mais velho de meus irmãos, escondido de meus pais, tinha seu primeiro emprego,

despachando a cachaça no balcão…

Trago em mim, tão forte, tão intenso,

Essa terra, esse chão árido, esturricado pelo sol,

Mas que com um pouco de chuvisco explode em verde, flor e mel

Explode em Vida!

Trago sempre em mim a infinita gratidão

De ser filha dessa terra, de fala doce, cantada…

A mansidão na cadeia genética…

E Força de quem tem dentro de si

A certeza de ser também

Mais um

Sobrevivente!



São José do Egito-PE

Goretti Santos

06/06/2023

2 comentários:

  1. Traz a veia poética sertaneja com os sentidos de flor que nasce nos pés dos maracujás e dos mandacarus. Sabe seu Moço, ela sabe louvar.
    O rogada bela belezura que nasceu do ventre de uma Jovem

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