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quarta-feira, 28 de setembro de 2011



por Denis Padilha*






The Guardian Weekly 09.09.11, page 33



Huge river discovered under the AmazonBrazilian scientists have found a new river in the Amazon basin - approximately 4km underneath the Amazon river. The Rio Hamza, named after Valiya Hamza, the head of the team of researchers who found the groundwater flow, appears to be as long as the Amazon river but could be hundreds of times wider. Both the Amazon and Hamza flow from west to east and are about the same length, at 6,000km. But whereas the Amazon ranges from 1km to 100km in width, the Hamza ranges from 200km to 400km. The underground river starts in the Acre region under the Andes and flows through the Solimões, Amazonas e Marajó basins before opening out into the depths of the Atlantic Ocean.



TRADUÇÃO:


Reportagem do The Guardian Weekly 09.09.11, page 33



Rio imenso descoberto embaixo do AmazonasCientistas brasileiros descobriram um novo rio na bacia do Amazonas – aproximadamente a 4km de profundidade embaixo do rio Amazonas. O rio Hamza, que foi chamado assim para homenagear Valiya Hamza, o chefe da equipe de pesquisadores que encontrou a corrente de água subterrânea, aparenta ser tão longo quanto o rio Amazonas mas poderia ser centenas de vezes mais largo. Ambas Amazonas e Hamza correm do oeste para o leste e tem mais ou menos o mesmo comprimento de 6.000km. Contudo, enquanto o Amazonas apresenta de 1km a 100km de largura, o Hamza atinge de 200km a 400km. O rio subterrâneo começa na região do Acre sob os Andes e corre através das bacias do Solimões, Amazonas e Marajó antes de abrir-se para as profundezas do oceano Atlântico.




A importância de uma reportagem como essa, que mereceu apenas um pequeno quadrinho na orelha de uma página de um único jornal conhecido por ainda ser capaz de informar de verdade, é imensa num mundo que apregoa estar sendo destruído pela humanidade em seu consumismo desenfreado, pouco se importando em preservá-lo. Este discurso do mundo afluente, principalmente endereçado aos países pobres ou em desenvolvimento, jogando a culpa neles pelas mudanças climáticas e aquecimento global que vão acabar penalizando a humanidade inteira, eles principalmente, costuma não valorizar descobertas como estas, que os contradizem e mostram o quanto o planeta é auto-recuperável e “self-sustained” (“auto-sustentado”), expressão predileta da atualidade que já carreia milhões de dólares no mercado “verde”.


Quer dizer, pela apregoada falta dágua que está causando a instalação de caríssimas dessalinizadoras de água do mar para torná-la potável, e com isso penalizando as populações com contas cada vez mais altas, não parece ser necessária senão para encher os bolsos das mesmas elites controladoras de sempre. Trata-se de mais uma riqueza sem medidas em um país que desponta como o mais promissor para desbancar os líderes da cena mundial atual em pouco tempo, e isso porque estão deixando os cientistas trabalharem.


É preciso olhar o Brasil sob o ponto de vista global para dar-se valor ao que se tem. No mesmo jornal tem outra (das inúmersas reportagens sobre o Brasil que saem semanalmente) falando como o Brasil foi capaz de pagar a dívida e causar esta revolução social que finalmente está reduzindo as diferenças, famosas como uma das maiores do mundo, um recorde vergonhoso. Se nos lembrarmos, este dinheiro sempre esteve dentro do Brasil, mas pra onde ele tem ido durante todas estas décadas pré-Lula?


A reportagem cita um operário, cujo dinheiro sobrou no fim do mês, fazendo compras num super-mercado e estudando espantado uma lata de feijão doce importada da Inglaterra. Fala que ele, acostumado a comer feijão diariamente e diretamente da lavoura, estranhou e colocou a lata de volta na prateleira, uma prova das novas ofertas variadas a um mercado emergente, o das classes em crecimento de poder econômico.


Dênis Padilha é brasileiro e reside na Austrália desde 1999.

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