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sábado, 14 de agosto de 2021

LUIZAS, LUÍSAS E LUIZA!


 Prof. Martinho Condini

 

         Poetas cantam em verso e prosa Luizas ou Luísas em belíssimas canções!!!!!!!!!!

         Não sou poeta, compositor ou escritor, mas quero falar de uma encantadora “Luiza” (também o nome de minha filha) que representa a força e a luta de todas as mulheres brancas, afrodescendentes, quilombolas, indígenas, oprimidas e excluídas da nossa sociedade.

         O pai de Luiza, seo Antônio Evangelista era artesão de selas e arreios de couro, sua mãe Dona Enedina dona de casa e boleira. A criança Luiza começou a trabalhar vendendo os deliciosos bolos feitos por sua mãe, em sua cidade natal Uiraúna, na Paraíba. Em sua cidade na década de 1940 não havia 6ª série na escola, então Luiza foi obrigada a fazer a 5ª série duas vezes porque não queria parar de estudar. 

         Por meio da sua militância na igreja católica progressista na década de 1950, ainda jovem, Luiza tornou-se diretora de Educação e Cultura da prefeitura de Campina Grande, na Paraíba. E em 1964 (ano do golpe militar) foi nomeada Secretária da Educação da mesma cidade.

         Luiza se formou em Serviço Social na UFPB em 1967 e na década de 1970 foi uma das principais colaboradoras na fundação da Faculdade de Serviço Social em Campina Grande.   

         Na década de 1970, Luiza teve uma atuante militância política nas Ligas Camponesas do Partido Comunista Brasileirão,  sendo uma ferrenha opositora da ditadura militar nos “Anos de Chumbo”. Naquela época a participação da mulher na política era muito pequena, mas Luiza estava lá, lutadora e destemida, enfrentando os “macacos” e “gorilas” (como eram chamados os militares pelos seus opositores) pelo fim da tortura, da censura e pela retomada da democracia e comprimento dos direitos humanos em nosso país.

         Pela sua fibra, coragem e bravura Luiza passa a ser perseguida e a sofrer ameaças de morte. Não se abateu e continuou a sua luta com a mesma tenacidade que lhe era habitual, mas agora em outro estado e outra cidade.

         Luiza transferiu-se em 1971 para a cidade de São Paulo, lá iniciou uma carreira como assistente social e uma incansável luta ao lado dos movimentos populares periféricos da metrópole paulistana por melhores condições de saúde, moradia e educação.

         A sua garra, caráter, força e sensibilidade feminina tornaram Luiza uma liderança política; uma voz das periferias por justiça social e condições dignas para todas e todos os cidadãos e cidadãs da paulicéia desvairada.

         A atuação incisiva de Luiza quando se tratava de políticas públicas em prol das populações mais carentes levou-a a vereança na década de 1980 e posteriormente à assembléia constituinte estadual.

         Mas foi em 1988 que Luiza brilhantemente surpreendeu a elite conservadora paulistana e derrotou o principal líder político da direita em São Paulo, o empresário Paulo Maluf nas eleições municipais, tornando-se a  primeira  mulher prefeita da maior cidade da Latina América.

          A participação popular por meio dos conselhos municipais foi a marca do seu governo.    Durante todo o seu mandato sofreu uma forte oposição, mas sempre firme e segura em suas decisões, Luiza deixou legados inconteste, principalmente na assistência social, na saúde, na moradia, na educação e no transporte público.

         Com brilho no olhar azul, carisma, sinceridade, vivacidade, brio e decência, Luiza, essa arretada e arrochada nordestina realizou a mais democrática e competente administração da cidade de São Paulo.       

         Após o mandato de prefeita, Luiza foi ministra de Estado e parlamentar federal com  mandatos consecutivos. Atualmente ter Luiza no congresso nacional é a garantia que os pequeninos, oprimidos e excluídos do nosso Brasil jamais serão esquecidos, abandonados e desassistidos.

         Luiza, mulher, nordestina, socialista e guerreira!

         Luiza, uma estrela imprescindível na constelação da nação brasileira!

 

 

* O Prof. Martinho Condini é historiador, mestre em Ciências da Religião e doutor em Educação. Pesquisador da vida e obra de Dom Helder Camara e Paulo Freire. Publicou pela Paulus Editora os livros 'Dom Helder Camara um modelo de esperança', 'Helder Camara, um nordestino cidadão do mundo', 'Fundamentos para uma Educação Libertadora: Dom Helder Camara e Paulo Freire' e o DVD ' Educar como Prática da Liberdade: Dom Helder Camara e Paulo Freire. Pela Pablo Editorial publicou o livro 'Monsenhor Helder Camara um ejemplo de esperanza'. Contato profcondini@gmail.com 

8 comentários:

  1. Parabéns pelo artigo! Luiza Erundina é um exemplo de luta e compromisso que nos anima!!!

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  2. Luiza é amor incondicional pela humanidade.Ela é Luiza ErunDiva da luta por um mundo de iguais.

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  3. Lindo artigo!
    Luiza Erundina sempre será exemplo
    para quem ainda acredita e luta por um mundo melhor.

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  4. Luiza Erundina, exemplo deluta por igualdade de direitos, mostrando um Brasil plural onde não tem fronteurad para mudanças...Orgulgo de poder contar com essa MUĹHER....parabend pelo artigo....merecidamente ...

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  5. Luiza Erundina exemplo de dedicação aos desfavorecidos, grande mulher da estirpe que o Brasil mais precisa. Lutadora incansável!

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  6. Conheci Luísa na Prefeitura de SP. Foi o melhor governo que tive como coordenadora de uma escola.

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  7. Que beleza a biografia de Luisa Erundina! Uma história de vida emocionante! Viva Luísa! Guerreira do povo brasileiro!

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  8. Muito legal esta pequena história/biografia da Luiza Erundina! Viva a sua luta incansável
    em defesa das classes populares!!!

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