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sábado, 1 de janeiro de 2022

Sem medo de ser feliz de novo

 Prof. Martinho Condini 



Neste ano de 2022 teremos a mais importante eleição da história da nossa república, mas acredito que nem todos concordem com essa minha afirmação.

  Alguns vão dizer que a eleição de Getúlio Vargas em 1950 ou a de JK em 1955 foram as mais importantes, devido aos contornos que esses governos tiveram em relação ao desenvolvimento industrial no país.

 Outros irão dizer que a eleição indireta de Tancredo Neves em 1985 foi a mais importante porque deu início ao processo de redemocratização no Brasil, após 21 anos de ditadura militar.

 Outros dirão que foi a eleição de Fernando Henrique Cardoso em 1994, quando foi criado o plano real que trouxe estabilidade econômica e o fim da inflação que afligia a sociedade brasileira há décadas.

Outros afirmarão que a eleição mais importante foi a de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, por ser o primeiro operário a chegar à presidência da república. E por ter realizado um governo com políticas públicas que deram ao Brasil índices de desenvolvimento humano nunca atingidos em nossa história, principalmente para as camadas mais carentes da nossa sociedade. E o Brasil em seu governo chegou a ser a sexta economia do mundo.

 E a eleição de Dilma Roussef em 2010 pode ser considerada por alguns a eleição mais importante, pelo fato de ter sido a primeira mulher presidente da nossa república, e por ter dado continuidade às políticas públicas do seu antecessor. Mas ela sofreu um golpe liderado pela elite econômica do país e congressistas do centro-direita e direita que tinham a maioria no congresso nacional, que a retiraram e foi retirada do poder em 2016, em seu segundo mandato.

Enfim, as opiniões sobre a mais importante eleição da nossa república podem ser divergentes, mas como afirmei no início, será a mais importante eleição da nossa república, sim.

A justificativa para essa afirmação é muito simples. Nós estamos diante do pior governo que a nossa república já teve. E olha que se nós olharmos para trás, já tivemos cada coisa, mas esse é insuperável e imbatível, em todos os sentidos. Mas a cereja do bolo fecal, é claro, é o capetão cloroquina e a corja que o acompanha.

 Depois de tudo o que esse desgoverno fez em plena pandemia e continua fazendo em relação à saúde, economia, educação, ciência e meio ambiente, o nosso dever cívico e ético é impedir que o  capetão cloroquiana se reeleja. Sua reeleição seria o caos.

  Sabemos que 15% a 20% de acéfalos chamado de gado estarão com o capetão cloroquina até o final. Mas os outros 75% ou 80% da população tem a oportunidade de tirá-lo do lugar que ele nunca deveria ter chegado. Não só o capetão cloroquina, mas todo um projeto reacionário, fascista, racista e neoliberal que nos acompanha ao longo da história e que foi retomado com ênfase a partir do golpe de 2016 e a eleição do ignóbil presidente.  

 E não será na companhia de “Alencares”, “Temers”, “Alckmins” ou qualquer outro representante da direita, que por ventura a turma da Av. Faria Lima queira nos enfiar goela abaixo que iremos restabelecer a democracia em nosso país e a consolidação de um governo progressista e socialista como sempre sonhamos e nunca tivemos.

 Durante toda a nossa história tivemos a elite política conservadora de direita atrelada ao poder, para manterem os seus privilégios e continuarem de certa maneira dando as cartas. Nós já sabemos o que significa a esquerda e a centro-esquerda governar acompanhado da direita e centro-direita. Isto é, estabelecer uma agenda em que as camadas populares recebem migalhas (que para quem não tem nada é muito) e as classes privilegiadas continuarem obtendo os seus lucros exorbitantes e explorando de maneira avassaladora a classe trabalhadora desse país.   

 Por isso, é chegada a hora, companheiras e companheiros, sem medo de ser feliz, de começarmos a nossa caminhada para sermos feliz de novo, de verdade.

O Prof. Martinho Condini é historiador, mestre em Ciências da Religião e doutor em Educação. Pesquisador da vida e obra de Dom Helder Camara e Paulo Freire. Publicou pela Paulus Editora os livros 'Dom Helder Camara um modelo de esperança', 'Helder Camara, um nordestino cidadão do mundo', 'Fundamentos para uma Educação Libertadora: Dom Helder Camara e Paulo Freire' e o DVD ' Educar como Prática da Liberdade: Dom Helder Camara e Paulo Freire. Pela Pablo Editorial publicou o livro 'Monsenhor Helder Camara um ejemplo de esperanza'. Contato profcondini@gmail.com

2 comentários:

  1. Perfeita analise Martinho. Não podemos ter medo de sermos felizes e para isso, certamente,as alianças terão que ser feitas, porem para atender o povo trabalhador e não quem nos explora.

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  2. Martinho. Meu professor de história preferido. Ahoooo. Lindo texto companheiro. É chegada a hora!!!!

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