Por ROSSANA MENEZES
Alemanha
Diretor: Dennis
Gansel
Roteiristas: Ron
Jones, Johnny Dawkins
Elenco: Jürgen
Vogel, Frederick Lau, Max Riemelt
A
onda é um filme que vai na contra-mão da maioria. Geralmente os USA aproveitam
fatos que ocorreram no mundo e o transformam em filmes. Dessa vez a Alamanha
fez um filme baseado em um fato real ocorrido em 1967 em Palo Alto,
California.
Ron Jones, professor do ensino médio que,
durante a semana de projetos da escola, fica com responsabilidade de ministrar
um mini-curso sobre autocracia. Diante da dificuldade dos seus alunos de
entenderem como o povo alemão deixou o nazismo chegar onde chegou, ele
tem a ideia de fazer um experimento para demonstrar que mesmo sociedades
democráticas não estão imunes ao apelo do facismo. Foi dito aos alunos que o
movimento, chamado de A terceira onda, objetivava eliminar a democracia, pois
essa destacava a individualidade em vez do senso de comunidade. E com o lema
"Força através da disciplina, força através da comunidade, força através
da ação e força através do orgulho" ele deu início ao seu experimento.
Apesar de não ter sido propriamente documentado na época, o ato se demonstrou
altamente efetivo e virou tema de um livro e dois filmes.
Nesse caso uma produção alemã. Gosto dos
filmes alemãs. Ainda não errei com nenhum. Apesar do fato de ter que ler
legenda e estar totalmente desacostumada com isso.
O filme traz a experiência para uma cidade
grande da Alemanha atual. Rainer Wegner, um professor não muito ortodoxo,
que anda na escola com uma camiseta do Ramones e deixa seus alunos o chamarem
pelo primeiro nome, gostaria de ficar com o tema anarquia, na semana de projetos.
Em vez disso lhe é dado autocracia, ao que ele não reage muito bem. Mas passada
a frustração, ele resolve encarar o desafio. Os seus alunos não ficam muito
empolgados com o tema e o consideram ultrapassado. É aí que o professor pensa
em fazer um experimento. Após esclarecer as bases que apoiam um governo
autocrata, os alunos aceitam o chamar de Herr Wegner e seguí-lo como
lider.
Dia após dia durante uma semana as
atitudes se movem, invevitavelmente, de forma muito parecida com um governo
totalitário até culminar com um incidente inesperado.
É um filme envolvente e instigante, que
mostra os perigos de determinadas ideias e de subestimar certas ideias e
comportamentos.
Está mais do que indicado
Rossana Menezes é jornalista, fotógrafa e designer gráfica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário