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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Esperança



Por Assuero Gomes
Esperança...

Das virtudes, esta talvez seja a mais insana, a mais romântica e a mais necessária. Encontrar encontros onde nada há, vitória no desespero, razão na loucura.

Esperança...

Encontrar o belo, vagueando como olhos de poeta, na feia realidade quase constante, e a construção imaginária na ruína, o humano na desgraça e na solidão, companhia.
Esperança

A Esperança é aquela companheira solitária de noites insones e lágrimas enxutas de não consolo. É um voo rasante sobre um precipício medonho de profundidade colossal.
Esperança

A Esperança é ainda irmã da Fé e da Caridade. Essas três irmãs sustentam o mundo tal qual o conhecemos e abrem nossos olhos e corações para um mundo bem maior, onde o tempo e a distância já não dizem muito.
Esperança

A Esperança é um sopro vital que anima corpos já combalidos pelo desânimo e pela realidade da dor e da angústia.
Esperança...

... é o prato de comida que embora visto vazio, sacia a fome milenar, é ainda a veste imaginária de um corpo nu no inverno ou a chave miraculosa de uma cadeia e de uma corrente de suplício.

Esperança:
“Liberta, liberta, liberta Senhor da minha masmorra, enche de esperança esse coração combalido, restaura minhas forças, para que humildemente possa me prostrar a teus pés em agradecimento eterno, e possa eu te louvar pela eternidade afora” assim dizia uma canção penitencial da Idade Média.

Homens, mulheres, instituições são chamados constantemente por Deus a suscitar esperança entre os povos, como profetas ressurrectos. Como profetas que animam civilizações a saírem dos sepulcros e a desenfaixarem suas mordaças, como profetas que vergam os reis e juízes impunes.

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