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sábado, 11 de setembro de 2021

Lelé Dakuka e Brancaleone

 

Prof. Martinho Condini


 

         Caras amigas e amigos no início da década de 1970 a rede globo exibia o programa humorístico “Faça humor, não faça a guerra”. O nome do programa era uma referência burlesca a uma frase muito utilizada na época, “Faça amor, não faça guerra”.

          Em seu comando estavam os humoristas Jô Soares e Renato Corte Real, ele foi ao ar entre os anos de 1971 e 1973.  Estávamos em plena ditadura militar, era o período do governo do Gal. Emílio Garrastazu Médici, denominado “Anos de Chumbo”.

         No programa havia vários quadros, um deles Jô Soares (Lelé) e Renato Corte Real (Dakuka) apareciam vestidos de Napoleão Bonaparte em dois cavalinhos de pau e realizavam um diálogos nonsenses.  

         A lembrança do programa e desse quadro me ocorreu após as manifestações do último dia 7 de setembro.

         Os visionários Jô Soares e Renato Corte Real anteciparam algo que hoje é uma realidade, a existência no Brasil de um Lelé e Dakuka. Agora representado por uma única pessoa, se é que posso chamar de pessoa, me refiro ao mandatário do atual desgoverno, o “Napoleão Lelé Dakuka”.

         O “Napoleão Lelé DaKuka”, no dia da pátria, levou milhares de napoleonminions as ruas vestidos de verde e amarelo, pareciam pilhas Rayo-vac comandadas por um “rádio desregulado”, um verdadeiro disparate.

         Essa cena me remeteu também a lembrança do filme “Exército de Brancaleone”. Um clássico do cinema italiano de 1966, que retrata os costumes da cavalaria medieval e a trilogia “guerra, peste e fome”, de uma forma humorada e satírica. A figura central é Brancaleone, um cavaleiro atrapalhado que lidera um pequeno e esfarrapado exército que perambula pela Europa em busca de um feudo.

         Estou convencido que o diretor Mario Monicelli também era um visionário Jô Soares e Renato Corte Real.

         Então novamente lembrei-me do mandatário desse desgoverno, que é o próprio Brancaleone, que diante da trilogia “pandemia, inflação e fome”, é apoiado por centenas de milhares paspalhos idiotizados.

         Após o festival de tolices que o “Napoleão Lelé Dakuka” falou em Brasília e São Paulo, respaldado pelo “Exército de Brancaleone”, só nos resta aguardar o próximo quadro humorístico ou cena de filme  que essa horda irá nos proporcionar.

         Acredito que o “Napoleão Lelé Dakuka” e o “Exército de Brancaleone”, vão arrumar outra data, quem sabe o “Dia da Criança”, para se reunirem em nome de “Deus, da Pátria e da Família”, e mais uma vez tentarem concretizar o “Golpe”, para manter o “Palhaço” (com todo respeito aos profissionais do circo) “Napoleão Lelé Dakuka” no comando do “Circo dos Horrores”, em que eles transformaram o Brasil.

 

 O Prof. Martinho Condini é historiador, mestre em Ciências da Religião e doutor em Educação. Pesquisador da vida e obra de Dom Helder Camara e Paulo Freire. Publicou pela Paulus Editora os livros 'Dom Helder Camara um modelo de esperança', 'Helder Camara, um nordestino cidadão do mundo', 'Fundamentos para uma Educação Libertadora: Dom Helder Camara e Paulo Freire' e o DVD ' Educar como Prática da Liberdade: Dom Helder Camara e Paulo Freire. Pela Pablo Editorial publicou o livro 'Monsenhor Helder Camara um ejemplo de esperanza'. Contato profcondini@gmail.com   

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