por ROSSANA MENEZES
Quando
eu soube que o Jon Favreau não iria dirigir esse filme, fiquei com o pé atrás.
Principalmente por que o Shane Black veio com uma conversa de que esse seria
uma versão mais psicológica e menos física do Iron Man. Mais conflitos
emocionais e menos cenas de ação e a primeira coisa que me veio na cabeça foi o
Hulk dirigido por Ang Lee. Ele é um excelente diretor, não me levam a mal, mas
não para um filme de super heróis. E fiquei naquela tensão, né...
O
filme estreou no Brasil uma semana antes do que a estreia oficial nos EUA e no
Canadá. Para evitar pirataria, dizem eles. Acho isso engraçado, para não dizer
que me deixa enfurecida. A pirataria come solta no Brasil, então, como uma
forma de tentar evitar, presenteiam com a estreia uma semana antes do resto
do mundo, quando, na minha opinião, deveriam era arrumar uma forma de punir
para combater a pirataria. Mas enfim... meu ponto é que vi muita gente xingando
muito no twitter e no Facebook o filme dias antes de ver e o pânico aumentou.
Depois descobri que foi coisa daqueles fãs puristas, apegados aos
detalhes e sem capacidade de entender que não se pode xerocar a história de um
quadrinho ou de um livro e mandar pras telas de cinema. São linguagens
diferentes, tem que alcançar públicos diferentes com questões comerciais
diferentes. ENTENDAM ISSO!!!!
Eu
reclamei muito aqui do Hobbit, mas por outros motivos. Mas do mesmo jeito que
tem fã dos quadrinhos parecendo menino chorão, tem alguns que gostaram muito do
filme. E eu vou falar aqui do filme. Não leio quadrinhos. Adoro os super herois
Marvel, mas não gosto de quadrinhos. Então se você é um daqueles fãs
chatonildos que vai reclamar por que a repimboca da parafuseta tava fora
do lugar na armadura dele, pode parar por aqui.
Bem,
apesar do filme realmente dar uma ênfase maior aos conflitos pessoais de Tony
Stark do que à ação e pancadaria a qual estamos acostumados, não decepciona.
Shane Black conseguiu um equilibrio entre cenas de ação, filosofadas e
conflitos mentais e comédia. Essa última não poderia faltar, já que sempre
deram o tom dos filmes de Iron man (seguindo o clima dos desehos e dos
quadrinhos) e de Avengers. Eu sou fã de Robert Downey Jr, então sou suspeita
pra falar, mas ele como sempre está fantástico além de extremamente charmoso.
Guy Pierce (Amnésia e A Máquina do Tempo) também não deixa nada a desejar.
Agora devo confessar que a melhor surpresa do filme é, sem dúvidas, Ben
Kingsley. Eu nunca tive dúvidas de que ele é um ator simplesmente sensacional,
mas nesse papel ele está fantástico, interpretando o Mandarin, um dos vilões
mais esperados dos quadrinhos do Iron man e principal motivo da ira dos
fanzocas puritanos de plantão. O motivo de tanta raiva? Assista pra ver. Não
tem a menor graça se eu contar.
Vi
algumas pessoas reclamando dos furos do filme. Não na história em si, mas na
ambientação, como algumas questões de segurança nacional que nunca aconteceriam
na vida real... bem... se querem realidade, vão ver documentários. Ir ao cinema
assistir a um filme de super heróis que voam e sair reclamando que o filme não
é realista... é pra rir, né? É como ir assistir a Jurassic Park e sair
reclamando sobre a falta de realidade no processo de clonagem dos
dinossauros... ahhhhh vá arrumar uma trouxa de roupa pra lavar...
Na
minha humilde opinião, filmes de super-herois são feitos para divertir,
entreter. Você vai esperando açao. De quebra ganha várias cenas hilárias. Valeu
o ingresso. E vale ver mais de uma vez.
Só
um aviso amigo, para os que estão acostumados com as cenas reveladoras pós
créditos nos filmes da Marvel, não esperem muito. É a única coisa que
decepciona nesse filme.
Rossana Menezes é jornalista, fotógrafa e designer gráfica.
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