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sábado, 11 de maio de 2013

Na base de tudo o respeito




Por  REJANE MENEZES

Você anda pela por alguma rua da cidade em um horário em que o trânsito deveria estar mais livre e encontra tudo congestionado. E você fica se perguntando se agora não tem mais hora para engarrafamentos e tal. Daí, você consegue andar um pouco e vê que o trânsito está todo atrapalhado porque alguém resolveu estacionar em fila dupla em via de muito movimento.

Em várias outras ocasiões você quer sair de seu prédio, mas alguém estacionou o carro bem na entrada, travou, puxou o freio de mão e sumiu. Enquanto isso você liga para a CTTU informando o ocorrido mas demoram tanto pra chegar que nem atem adiantado mais fazer a queixa.  E quando você está vendo a hora de chegar super atrasado no seu trabalho ou perder algum compromisso aparece o dono ou dona do carro com a cara mais lisa do mundo, sorrindo e dizendo “foi bem rapidinho”. 

Na vaga tem escrito Idoso, mas quem estaciona são pessoas jovens e despreocupadas em cumprir o que determina a lei. Não tem  punição mesmo.
No cabeleireiro, na fila do elevador, do cinema, do banco, sempre vai ter aquela pessoa apressadinha, que não gosta de esperar e que por isso se sente no direito de passar na frente de todo mundo.  Tipo as filas enormes, você ali, há uma hora, chega alguém na cara de pau e se infiltra na sua frente, alegando ter pouca coisa.

Uma vez vi uma mãe, lá no Mirabilândia, colocar a filha por cima da grade para ela passar na frente das outras crianças que estavam na fila há um tempo.  Que belo exemplo heim?

Pois é! Se formos analisar este tipo de situação, veremos que o que faltou em todas elas foi respeito.  Sempre o respeito.
O problema da mobilidade do Recife é complexo, passa por ume estudo aprofundado das ruas da cidade e maneiras de tornar o trânsito mais fluente. Mas, também aí, passa pelo respeito. É só dar uma volta no bairro de Boa Viagem, por exemplo, para ver o caos em que se encontram as ruas, abarrotadas de carros, estacionando de qualquer jeito, quer atrapalhe ou não os outros.

Ruas de mão dupla, com estacionamento em ambos os lados e, às vezes, filas duplas. Onde antes a circulação era tranquila hoje é impossível.
E isso acontece porque não existe fiscalização nos bairros e, sem isso, não há multas, punição. Então vamos abusar que ninguém vai tomar conta.

Querem outro exemplo de falta de respeito que piora a mobilidade? O transporte público.  Uma coisa me intriga, se nos países frios todos os ônibus tem aquecimento, por que aqui no Brasil, que é quente, todos não tem ar-condicionado? Deveria ser lei. A pessoa sai para trabalhar e chega suada, amassada, esbaforida ao trabalho. Quando, se o transporte público tivesse qualidade, chegaria  com uma aparência melhor.

O projeto para o transporte público até que é bom. Esse lance dos corredores e de integração é muito bom. Funciona bem em muitos países. Mas, nestes países, os ônibus são em quantidade suficiente para não se transformarem em latas de sardinha, confortáveis e com temperatura ambiente agradável.  Aqui vais ser assim também? Vão aumentar a frota para que os passageiros não tenham que ficar horas na integração ou entrar a pulso em ônibus superlotados? 

Já que tudo agora é feito em nome da Copa do Mundo, se o transporte público não for de qualidade até lá, vai ser um fiasco, porque as pessoas de fora estão acostumadas a andar de ônibus e metrô, sem agonia. Se aqui não for assim, vai dar problema. 
                                                                             
E daí, uma pergunta está martelando a minha cabeça: caso o governo consiga implantar com êxito os corredores de ônibus para a copa, vai manter o mesmo funcionamento para nós, os nativos, depois que a Copa passar?

Rejane Menezes é jornalista e apresentadora do programa Momento Unimed Recife - rádio capibaribe - 1240-Am - 2ª a 6ª - 13h às 14h.

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