por Juracy Andrade
Estamos precisando muito
disso. Meus pacientes leitoras e leitores. Dei uma paradinha nestes nossos
encontros virtuais porque andei com umas doenças estranhas, que demoraram mais
de um mês, mas, graças a Deus, passaram com tratamento via acupuntura e outras
pajelanças alternativas. Diz a medicina chinesa que são toxinas querendo ir
embora; e eu já tenho 84 anos de toxinas acumuladas.
Hoje desejo voltar ao papa
Francisco, um cristão que afinal pintou no assim dito trono de Pedro.
Impossível imaginar São Pedro montado num trono. Vocês não acham? Não dá,
gente. Francisco, sem trono, sem palácio e sem coroa, fez mais uma das suas
encontrando-se com o grande imã Ahmed al-Tayeb, da mesquita Al-Azhar do Cairo,
onde funciona também uma universidade muito antiga. A mesquita é a principal
instituição do Islã sunita e esse encontro veio após uns dez anos de tensão
devido a infelizes declarações do papa Ratzinger (o renunciante Bento 16) relacionando
a violência ao Islã.
Para receber o líder
sunita com mais solenidade, Francisco deixou por algum tempo o hotel onde ocupa
modesto apartamento e subiu ao assim dito Palácio Apostólico Também impossível
imaginar os apóstolos morando em palácios. Ele resumiu o encontro ao dizer que
é “uma mensagem por si só”. Os dois líderes abordaram temas como (segundo
comunicado oficial do Vaticano) “o compromisso das duas grandes religiões pela
paz no mundo, a rejeição à violência e ao terrorismo”. Eles também analisaram
“a situação dos cristãos no contexto dos conflitos e tensões do Oriente Médio,
assim como a sua proteção”.
A mesquita do Cairo também
divulgou comunicado informando que os dois líderes religiosos decidiram
“convocar uma conferência para a paz”, sem falar de local ou data, justificando
que “Precisamos assumir uma posição conjunta, de mãos dadas, para levar a
felicidade à humanidade”. Nada melhor neste momento tão tenso, principalmente
devido às barbaridades praticadas por um equivocado Califado (Estado Islâmico),
com as quais se procura justificar a islamofobia que se espalha pelos países
ricos e que rechaça refugiados que buscam exatamente escapar daquelas
barbaridades e de guerras insanas, como a da Síria.
Convém observar que o
profeta do Islã, Maomé, tinha grande consideração por Jesus Cristo, por Maria.
Depois da sua morte, uma facção belicosa se impôs e conquistou muitas terras no
Oriente, indo até a Indonésia; e também avançando para o Ocidente: norte da
África, Espanha, Portugal, chegando, pelo outro lado da Europa, até as portas
de Viena. Na Espanha, o último reduto islamita foi o Reino de Córdoba, onde
conviviam numa boa muçulmanos, judeus e cristãos e onde se destacaram os
filósofos Avicena e Averroes, que nos legaram muitos escritos de Aristóteles
que poderiam ter-se perdido antes de inspirar tanto a filosofia ocidental.
A grande ruptura entre as
duas religiões deu-se com as malfadadas Cruzadas, na Idade Média, que foram o
primeiro avanço do colonialismo europeu, seguido, mais tarde, pelos pretensos
“descobrimentos”. Sob o pretexto de libertar a Terra Santa, muito sangue foi
derramado, inclusive de cristãos orientais, que evidentemente não se vestiam à
europeia e foram vistos como islamitas. E qual o sentido, para um autêntico
cristianismo, da “libertação” da Terra Santa?
Juracy Andrade é jornalista com formação em filosofia e teologia
Se Essa notícia de um encontro de proporções mundiais entre Cristãos e Muçulmanos for verdadeira, será uma benção para a Humanidade. Espero muito por essa graça Divina!!!
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