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quarta-feira, 1 de junho de 2016

UMA CONFERÊNCIA DE PAZ ENTRE MUÇULMANOS E CRISTÃOS “PARA LEVAR FELICIDADE À HUMANIDADE”

por Juracy Andrade


Estamos precisando muito disso. Meus pacientes leitoras e leitores. Dei uma paradinha nestes nossos encontros virtuais porque andei com umas doenças estranhas, que demoraram mais de um mês, mas, graças a Deus, passaram com tratamento via acupuntura e outras pajelanças alternativas. Diz a medicina chinesa que são toxinas querendo ir embora; e eu já tenho 84 anos de toxinas acumuladas.

Hoje desejo voltar ao papa Francisco, um cristão que afinal pintou no assim dito trono de Pedro. Impossível imaginar São Pedro montado num trono. Vocês não acham? Não dá, gente. Francisco, sem trono, sem palácio e sem coroa, fez mais uma das suas encontrando-se com o grande imã Ahmed al-Tayeb, da mesquita Al-Azhar do Cairo, onde funciona também uma universidade muito antiga. A mesquita é a principal instituição do Islã sunita e esse encontro veio após uns dez anos de tensão devido a infelizes declarações do papa Ratzinger (o renunciante Bento 16) relacionando a violência ao Islã.

Para receber o líder sunita com mais solenidade, Francisco deixou por algum tempo o hotel onde ocupa modesto apartamento e subiu ao assim dito Palácio Apostólico Também impossível imaginar os apóstolos morando em palácios. Ele resumiu o encontro ao dizer que é “uma mensagem por si só”. Os dois líderes abordaram temas como (segundo comunicado oficial do Vaticano) “o compromisso das duas grandes religiões pela paz no mundo, a rejeição à violência e ao terrorismo”. Eles também analisaram “a situação dos cristãos no contexto dos conflitos e tensões do Oriente Médio, assim como a sua proteção”.

A mesquita do Cairo também divulgou comunicado informando que os dois líderes religiosos decidiram “convocar uma conferência para a paz”, sem falar de local ou data, justificando que “Precisamos assumir uma posição conjunta, de mãos dadas, para levar a felicidade à humanidade”. Nada melhor neste momento tão tenso, principalmente devido às barbaridades praticadas por um equivocado Califado (Estado Islâmico), com as quais se procura justificar a islamofobia que se espalha pelos países ricos e que rechaça refugiados que buscam exatamente escapar daquelas barbaridades e de guerras insanas, como a da Síria.

Convém observar que o profeta do Islã, Maomé, tinha grande consideração por Jesus Cristo, por Maria. Depois da sua morte, uma facção belicosa se impôs e conquistou muitas terras no Oriente, indo até a Indonésia; e também avançando para o Ocidente: norte da África, Espanha, Portugal, chegando, pelo outro lado da Europa, até as portas de Viena. Na Espanha, o último reduto islamita foi o Reino de Córdoba, onde conviviam numa boa muçulmanos, judeus e cristãos e onde se destacaram os filósofos Avicena e Averroes, que nos legaram muitos escritos de Aristóteles que poderiam ter-se perdido antes de inspirar tanto a filosofia ocidental.


A grande ruptura entre as duas religiões deu-se com as malfadadas Cruzadas, na Idade Média, que foram o primeiro avanço do colonialismo europeu, seguido, mais tarde, pelos pretensos “descobrimentos”. Sob o pretexto de libertar a Terra Santa, muito sangue foi derramado, inclusive de cristãos orientais, que evidentemente não se vestiam à europeia e foram vistos como islamitas. E qual o sentido, para um autêntico cristianismo, da “libertação” da Terra Santa? 

Juracy Andrade é jornalista com formação em filosofia e teologia

Um comentário:

  1. Se Essa notícia de um encontro de proporções mundiais entre Cristãos e Muçulmanos for verdadeira, será uma benção para a Humanidade. Espero muito por essa graça Divina!!!

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